Superlotado

Maranhão está entre os estados com o sistema prisional superlotado

Levantamento foi divulgado ontem pelo Monitor da Violência, que constatou que existem mais de 11 mil presos nos presídios, com deficit de 2.844 vagas

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Complexo Penitenciário de Pedrinhas com suas unidades superlotadas, segundo o Mapa da Violência
Complexo Penitenciário de Pedrinhas com suas unidades superlotadas, segundo o Mapa da Violência (Pedrinhas)

SÃO LUÍS - As unidades prisionais do Maranhão continuam superlotadas. Segundo o Monitor da Violência, que foi publicado ontem no site noticioso G1, os presídios maranhenses estão funcionando com 31,5% acima da sua capacidade. No ano passado, o estado tinha uma população carcerária de 11.236 presidiários e disponibiliza apenas 8.531 vagas. Em 2020, no Maranhão, já existem 11.836 presos em regime semiaberto e fechado.

Em relação aos presos provisórios, pessoas que ainda não foram condenadas, os índices, no estado, caíram de 5.057 para 4.400. Ainda de acordo com os dados do Monitor da Violência, o estado maranhense disponibiliza apenas 8.531 vagas nas unidades prisionais e, no momento, apresenta um deficit de 2.844 vagas. Ainda que o número de vagas tenha tido um aumento de 492 este ano, mas não acompanhou o número de novos internos.

O Monitor da Violência também revela que o Maranhão encontrasse como o segundo menos superlotado do nordeste e, em relação ao Brasil, é o terceiro menor índice de superlotação. Em número absoluto, o estado é o quarto com o maior número de presos da região nordestina, atrás apenas de Pernambuco (33.458), Ceará (24.144) e Bahia (15.265).

Os dados foram levantados pelo G1 via assessorias de imprensa das secretarias de Administração Penitenciária e por meio da Lei de Acesso à Informação. O último Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), do governo é referente a junho de 2019.

Lotação

Uma força-tarefa foi criada no mês de abril do ano passado por representantes da Defensoria Pública do Estado do Maranhão (DPE/MA) constatou superlotação na Unidade Prisional de Ressocialização de Itapecuru-Mirim. O presídio tem capacidade para atender 149 internos, mas, no momento da checagem feita pelos defensores,abrigava 230 detentos.

Também nesse período, o diretor administrativo e atendimento da unidade prisional de Imperatriz, Elias Oliveira, encaminhou um ofício para a Delegacia Regional dessa cidade, informando sobre a proibição das unidades prisionais do município de receber presos provisórios de outras comarcas. A determinação foi do juiz da Vara de Execuções Penais, Márcio Henrique Mesquita Reis.

A Justiça alegou superlotação nos presídios. A unidade prisional de Imperatriz, antiga CCPJ, tem 265 vagas e abriga em suas celas 358 apenados. Esse contingente corresponde a um excesso de 35% ou 93 presidiários a mais. No presídio regional de Imperatriz, a capacidade é de 204 vagas para uma massa carcerária de 344 internos, o que corresponde a um excedente de 68%. A unidade prisional GJD (Associação de Assistência ao Condenado - Apac), com 117 vagas, acolhe hoje um publico de presidiários do sexo masculino e feminino de 174 pessoas, um excedente de 48%.

Nacional

Os dados do Monitor da Violência têm como dados informações oficiais e revelou que o país possui uma população carcerária de 710.240 presidiários e as unidades prisionais disponibilizam somente 423.385 vagas. Apresentando uma superlotação de 67,8%, ou seja, um deficit de 287 mil vagas no Brasil.

Neste ano, o estado de Goiás foi o único estado que não passou as informações completas. O estado divulgou apenas a totalidade de presos e o de vagas. Por isso, o dado de provisórios foi calculado sem essa unidade da federação. É a primeira vez que um estado se recusa a passar os dados do sistema penitenciário.

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