Interoperabilidade

Caixa eletrônico é caro porque bancos não deixam outros usarem, diz estudo

Banco Central colocou em consulta pública proposta para que clientes de diferentes bancos e fintechs possam compartilhar as 21 redes de caixa eletrônico

Do UOL, em Brasília/Antonio Temóteo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Mercado de cartões no Brasil é o segundo maior do mundo e o país possui 21 redes de caixas eletrônicos
Mercado de cartões no Brasil é o segundo maior do mundo e o país possui 21 redes de caixas eletrônicos (caixa)

Estudo do Banco Mundial informa que o mercado de cartões no Brasil é o segundo maior do mundo e o país possui 21 redes de caixas eletrônicos. Apesar disso, somente em duas redes (24 Horas e Saque e Pague) clientes de diferentes bancos podem fazer saques, pagar boletos e realizar consultas. As outras 19 redes são exclusivas para clientes das instituições financeiras que mantêm os equipamentos. Isso encarece os custos para o setor e os clientes. Quando clientes de diferentes bancos têm acesso às várias redes de terminais eletrônicos de concorrentes há a chamada interoperabilidade. Com isso, o Banco Mundial afirmou que a interoperabilidade entre as redes de caixa eletrônica no Brasil é baixa. E essa característica contribui para altos custos.

Em dezembro, o BC (Banco Central) colocou em consulta pública uma proposta de regulamentação para que clientes de diferentes bancos e fintechs possam compartilhar as 21 redes de caixa eletrônico. O Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional) recomendaram ao BC, em 2018, interoperabilidade total das redes de caixas eletrônicos, incluindo também fintechs e bancos digitais.

Inclusão financeira melhoraria

Por meio da interoperabilidade, afirmou o Banco Mundial, há espaço para aumento da inclusão financeira. Quando clientes de diferentes bancos têm acesso a toda rede, informou o estudo, há um maior número de transações e redução dos custos para todos os elos do setor.

“A interoperabilidade das redes de caixas eletrônicos é de particular importância para apoiar a inclusão financeira e garantir um nível universal de acesso nos países com menor penetração nas agências bancárias e uma distribuição desigual de caixas eletrônicos, combinada com uma alta dependência de caixa”, informou o Banco Mundial.

Problema não é técnico

No Brasil, a falta de interoperabilidade para transações em caixas eletrônicos com cartões de débito não é causada por problemas de infraestrutura, mas pelas regras e preços cobrados.

“A interoperabilidade da infraestrutura do caixa eletrônico no Brasil é limitada devido à natureza excludente do acesso ao caixa eletrônico. Embora os cartões de crédito de várias instituições financeiras possam ser usados por clientes em caixas eletrônicos que não sejam de propriedade de suas instituições financeiras, o mesmo não ocorre com saques em dinheiro em caixas eletrônicos usando cartões de débito”, informou o documento.

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