BELO HORIZONTE - A auditoria feita pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na fábrica da cervejaria Backer constatou, ontem,15, mais um tanque contaminado com dietilenoglicol. A informação foi revelada à TV Globo por integrantes da investigação.
Especialistas do Mapa periciam a fábrica da Backer desde a última quinta-feira (9). Com a descoberta de mais um tanque com a substância, existem suspeitas de que a contaminação possa ter sido causada em uma fase anterior, em que todas as marcas de cerveja da empresa passam.
Essa informação levou o ministério a solicitar o recall e suspensão de vendas de toda a cervejaria.
Em nota, a Backer não se pronunciou sobre o tanque. Disse apenas que se solidariza com pacientes e familiares. "E reforça sua atenção e seu compromisso em disponibilizar todo o suporte necessário para cada um deles".
Na manhã de ontem,15, a Polícia Civil de Minas Gerais confirmou uma segunda morte decorrente da síndrome nefroneural. A vítima é um homem, que não teve a identidade e a idade divulgadas até a última atualização desta reportagem. O paciente morreu no Hospital Mater Dei, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O corpo deverá passar por exames e perícia no Instituto Médico Legal (IML).
Uma força-tarefa investiga a relação das internações e mortes com o consumo da cerveja Belorizontina, da fabricante Backer. A substância tóxica dietilenoglicol foi encontrada em lotes do produto. Esta é a segunda morte relacionada ao caso confirmada oficialmente pela Polícia Civil.
A primeira vítima da síndrome a morrer foi Paschoal Dermatini Filho, de 55 anos. Ele estava internado em Juiz de Fora e morreu em 7 de janeiro.
Uma terceira morte ainda resta ser confirmada. Trata-se de uma mulher com sintomas da síndrome nefroneural em Pompéu, região Centro-Oeste de Minas Gerais. Este caso não constava no último balanço oficial da SES, mas a Secretaria Municipal de Pompéu informou ter notificado a pasta estadual.
Entre os sintomas da síndrome nefroneural estão alterações neurológicas, além de insuficiência renal. De acordo com a presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia, Lilian Pires de Freitas do Carmo, os primeiros sinais de intoxicação por dietilenoglicol são dores abdominais, náuseas e vômitos. O tratamento é feito no hospital, com monitoração, e tem o etanol como antídoto.
Lotes contaminados
Um laudo divulgado pela força-tarefa que apura o caso aponta que os lotes L1 1348, L2 1348 e L2 1354 estão contaminados por dietilenoglicol e monoetilenoglicol. A Backer considera que são dois lotes, sendo L1 1348 e L2 1348 duas linhas diferentes de um mesmo lote.
Substância tóxica foi encontrada em amostras de lotes da Belorizontina, que também usa o rótulo Capixaba, e em um tanque reservatório de liquido anticogelante, usado no processo de fabricação das cervejas da Backer.
Uma perícia contratada pela própria cervejaria confirmou a presença de dietilenoglicol na cerveja, conforme mostra o vídeo abaixo. Em nota divulgada no início desta tarde, a empresa informou que a "ainda está em andamento" e que "precisa aguardar a conclusão dos laudos para compartilhar os resultados com a sociedade".
A Backer disse ainda que "é a principal interessada na apuração dos fatos e que o objetivo é auxiliar e contribuir sem restrições com as autoridades."
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