SÃO LUÍS- A cantora de reggae música mineira tem uma contribuição inegável para o cancioneiro nacional. Atentos a essa importância, os artistas Alberto Trabulsi e Marconi Rezende se juntaram num show especial, “Minas em Cordas”, para relembrar grandes sucessos da música nacional nascidos em Minas. E eles vão fazer essa homenagem de uma forma diferente: o repertório será todo executado somente com instrumentos de cordas – violões, guitarra e contrabaixo – para realçar ainda mais a beleza das composições. O evento acontece neste sábado, às 21h no Clube do Chico (Parque Shalom).

A proposta desse tributo à música mineira ganha ainda mais sentido quando se lembra que, na década de 1980, artistas oriundos das “Gerais”, então pouco conhecidos no país, como Paulinho Pedra Azul e Tadeu Franco, vieram para temporadas em São Luís, onde estabeleceram um laço afetivo e sólido do cancioneiro dos dois estados. São dessa época obras como “Jardim da Fantasia” (Bem te vi), de Paulinho, e “Nós Dois”, de Tadeu, que fizeram muito sucesso na Ilha e marcaram indelevelmente uma geração de ludovicenses.
O “Clube da Esquina”, que se compara em importância à “Bossa Nova”, também estará presente nessa noite. O movimento, que surgiu em Belo Horizonte, numa referência à esquina das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro de Santa Teresa, reunia jovens artistas, como Milton Nascimento, Márcio e Lô Borges, Fernando Brant, Wagner Tiso, Beto Guedes, Toninho Horta, Flávio Venturini, Vermelho, Tavinho Moura, Ronaldo Bastos, Nélson Ângelo e Tavito, refrescou a canção brasileira Trouxe novas sonoridades, como a dos Beatles, para a musicalidade nacional. São dessa safra de artistas, sucessos como:

“Travessia”, “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, “Sol de Primavera” e “Nascente”.
Mais recentemente, a partir dos anos 1990, Minas permaneceu como relevante berço da música brasileira. Desse período em diante, sem deixar as tradições da MPB de lado, a música mineira ficou mais conectada com nuances da modernidade e do pop. São dessa fase artistas como Vander Lee, Skank, que também estarão presentes no “Minas em Cordas”.

Importância
Alberto Trabulsi fala que “as músicas mineiras influenciaram a minha geração. Cantar essas canções carrega uma responsabilidade muito grande, não só pela complexidade da execução, mas pelo dever de transmitir a emoção que as composições têm. Ao lado desse grande artista que é Marconi os acordes fluem e as vozes se harmonizam, revelando um entrosamento que há muito vem se construindo. O resultado disso tem sido muita alegria, para quem está no palco do show e muita satisfação para o público.”

Marconi Rezende lembra que “seu primeiro contato com a música mineira se deu pelas composições da banda 14 Bis, que chamou sua atenção pelas melodias. Depois veio a obra de Paulinho Pedra Azul, que era muito executada nas rodas de violão de primos e amigos e pelo próprio Alberto Trabulsi. Em seguida foi a vez de Milton Nascimento e Lô Borges, dois dos líderes do Clube da Esquina. Esse momento do Clube foi arrebatador e o ponto máximo da música das minas. As cordas são muito adequadas para as músicas de Minas, com suas peças sofisticadas, como de muito faz o Toninho Horta. Fazer o show ‘Minas em Cordas’ com o Alberto é extremamente pertinente, pois compartilhamos, em muito, os gostos musicais. Realizar uma homenagem à musica mineira é estar em casa, ela tem uma característica muito particular, que me agrada bastante. Esse show é um misto de prazer e responsabilidade, pela companhia do Alberto e pela qualidade da obra, e pela sofisticação e complexidade na execução de boa parte das músicas”.

Serviço
O quê Minas em Cordas

Onde Clube do Chico (Parque Shalom)

Quando sábado, ás 21h.

Informações: (98) 9.8113-5547l

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