SÃO LUÍS - Boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde com números de casos suspeitos notificados de vírus Zika e outras infecções em recém-nascidos e crianças no país entre 2015 e 2019 aponta que no Maranhão houve 529 registros relacionados à doença, que assim com a dengue a chikungunya tem como agente transmissor o mosquito Aedes aegypti. Desses, 171 foram confirmados, acarretando alterações no crescimento e no desenvolvimento dos enfermos, a exemplo da microcefalia.

Em todo o Brasil, foram notificados 18.282 casos suspeitos de alterações no crescimento e desenvolvimento possivelmente relacionadas à infecção pelo vírus Zika e outras doenças infecciosas, dos quais 2.241 (12,3%) foram excluídos, após criteriosa investigação.

Os casos suspeitos registrados no Maranhão correspondem a 2,9% do total de notificações no país nos últimos quatro anos. Enquanto 171 casos foram confirmados, outros 200 foram descartados no estado no período entre a 45ª semana epidemiológica de 2015 e a 40ª semana epidemiológica de 2019. Outros 57 casos foram classificados como prováveis e 24 tiveram resultados inconclusivos. Há, ainda, 13 casos em investigação em diferentes municípios maranhenses.

Óbitos

Quanto aos óbitos fetais, neonatais e infantis possivelmente relacionados ao vírus Zika e a outros quadros infecciosos registrados no Maranhão, os dados apontam, até o momento, sete registros confirmados, de um total de 402 contabilizadas no país, o que corresponde a 4,3% das mortes decorrentes da doença ocorridas no território nacional. Aconteceram, ainda, oito mortes no estado cuja causa provável apontada é a síndrome e quatro com laudo inconclusivo. Em outros 37 óbitos notificados, foi descartado o vírus Zika como causa. Não há morte em investigação no Maranhão no período de referência do levantamento.

O boletim informa, também, o número e o percentual de planilhas de acompanhamento das crianças com alterações no crescimento e desenvolvimento possivelmente relacionadas à infecção pelo vírus Zika e outras infecções enviadas pelos estados ao Ministério da Saúde no período de 2017 a 2019. O Maranhão enviou ao órgão, em 2017, 14 planilhas, número equivalente a 73,7% do total. Em 2018, essa quantidade caiu drasticamente e registrou apenas três envios. Em 2019, mais uma queda. Dessa vez, houve apenas dois envios, ou 28,6% do que era esperado. Detalhe: a última planilha foi encaminhada em abril, o que indica defasagem de informações quanto a real situação do Maranhão no que se refere às infecções por vírus Zika.

Tratamento

O levantamento contém, ainda, o número de estabelecimentos de saúde que realizaram procedimentos clínicos de estimulação precoce para desenvolvimento neuropsicomotor de crianças pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por unidade da federação e municípios, de 2016 até julho de 2019. Nesse quesito, o Maranhão ficou na faixa de 21 a 50 unidades que realizam esse tipo de tratamento. Em relação ao total de procedimentos clínicos dessa natureza, o estado situa-se na faixa de um a 500 estabelecimentos.

Foi levantado, também, o número de Centros Especializados em Reabilitação (CER) por estado e o número de unidades desse tipo habilitadas em funcionamento desde 2016, por município. De acordo com os dados apurados, o Maranhão possui apenas quatro CER.

Ainda conforme o boletim epidemiológico, o Maranhão formalizou, por meio de portaria, a criação de comitês gestores estaduais e elaborou e pactou plano estratégico de combate ao vírus Zika.

Números

Zika no Maranhão (2015 a 2019)

Casos notificados – 529

Casos confirmados - 171

Caso prováveis - 57

Casos em investigação - 13

Óbitos confirmados - 7

Óbitos prováveis - 8

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