Vandalismo

Mais duas esferas de concreto são danificadas na Deodoro

Uma delas ficou pela metade, com as hastes de ferro em evidência, no Complexo Deodoro; outra já havia sido encontrada fora do lugar há pouco mais de duas semanas, após colisão de ônibus

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Uma das estruturas ficou pela metade, com haste exposta
Uma das estruturas ficou pela metade, com haste exposta (esfera)

Mais duas esferas de concreto fo­ram danificadas, no Complexo Deodoro, na região central de São Luís, totalizando três, pois uma já havia sido encontrada, há pouco mais de duas semanas, em condições semelhantes. Uma das estruturas, instaladas para decorar e evitar a entrada de veículos na área, está pela metade. Os atos de vandalismo geram reclamação, uma vez que o espaço foi revitalizado e entregue em dezembro do ano passado.

O Estado verificou que uma das esferas de concreto está deteriorada na parte que a sustenta, ou seja, no encaixe com o piso. Por causa desse problema, a estrutura pode se desprender, com risco até de ferir pessoas que estiverem transitando ali perto. Outro objeto esférico está em situação mais grave, pois a metade foi retirada, por motivos ainda desconhecidos, deixando-o com o aspecto de uma laranja cortada ao meio, mas com as hastes de ferro em evidência.

As estruturas danificadas chamam a atenção de quem passa pelo Complexo Deodoro. As estruturas deterioradas não estão ao lado uma da outra, mas em trechos distintos do logradouro. Duas estão nas proximidades de um laboratório, às margens da Rua Silva Maia. A outra se encontra qua­se em frente ao Banco do Brasil, perto da entrada da Rua do Passeio. Importante destacar que equipes da Blitz Urbana e da Guarda Municipal percorrem toda a extensão do logradou­ro, para impedir os atos de vandalismo.

Primeira estrutura danificada
A primeira estrutura de concreto danificada foi encontrada fora do lugar, no fim do mês de setembro. A peça continua separada do chão e caída ao lado do ponto de origem, embora O Estado tenha divulgado o caso, naquela ocasião. De acordo com informações de comerciantes que trabalham no local, o impacto de um ônibus causou o desprendimento do ornamento.

A esfera ainda está perto de um laboratório, em cima de um trecho com grama. Uma haste de ferro, que a sustentava está em destaque, devido ao desprendimento, tornando-se um perigo para quem transita distraído pelo local. Segundo um vigilante que trabalha em frente ao ponto onde a peça se desprendeu, a estrutura de concreto saiu do lugar após ter sofrido o impacto da batida de um ônibus, que tentou desviar de outro coletivo.

“O motorista ainda desceu do ônibus para ver o que havia acontecido. Depois de ver a ‘bola’ solta, ele subiu novamente e seguiu viagem”, recordou ele. O vigilante disse que, como a peça é muito pesada, não rolou muito no piso e parou ao esbarrar em uma árvore. A estrutura fora do lugar chamou a atenção de pedestres. “Essas esferas são bonitas. Eu achei que deram um toque estético interessante na paisagem da Deodoro. Já deveriam ter colocado essa esfera no lugar”, expressou a estudante Jéssica Martins Assunção, de 25 anos.

A Prefeitura de São Luís foi contatada sobre a previsão para recolocação ou troca das estruturas de concreto, e sobre como é feita a segurança no espaço, a fim de evitar atos de vandalismo, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.

Entrega do Complexo

Como parte do projeto de revitalização da região central de São Luís, o Complexo Deodoro foi entregue à população no dia 22 de dezembro de 2018, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e Prefeitura de São Luís. Considerado o maior investimento na capital maranhense na recuperação do patrimônio público, o projeto reordenou toda a área, por meio da requalificação urbanística, que ofereceu nova paisagem com os elementos arquitetônicos.

Foram colocados novos pisos, os banheiros públicos foram estruturados, os bancos ornamentados com as pedras lioz e ações de jardinagem foram implantadas nos canteiros. Assim como foi renovada a iluminação pública. Um momento marcante foi o retorno dos bustos à Praça do Pantheon após 11 anos, totalizando 18 esculturas, que foram forjadas em bronze e seriam resistentes ao sol e à chuva, segundo a Prefeitura de São Luís.

Há bustos de Clodoaldo Cardoso, Gomes de Sousa, Henriques Leal, Arthur Azevedo, Urbano Santos, Dunshee de Abranches, Nascimento Moraes, Gomes de Castro, Bandeira Tribuzzi, Maria Firmina, Arnaldo de Jesus Ferreira, Ribamar Bogéa, Coelho Neto, Raimundo Corrêa, Raimundo Teixeira, Raimundo Corrêa de Araújo, Silva Maia e Josué Montello.

Os bustos haviam sido retirados em 2007 da Praça do Pantheon justamente devido à ação de vândalos. No Museu Histórico e Artístico do Maranhão, eles passaram por um processo de restauração e higienização.

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