Conflitos

Flanelinhas e motoristas de aplicativo se desentendem no Centro Histórico

Conflitos estão ocorrendo em frente ao Centro de Criatividade Odylo Costa, filho; Associação dos Motoristas por Aplicativo vai apurar a situação

Nelson Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Flanelinhas alegam que condutores de veículos de aplicativos têm atrapalhado outros carros no estacionamento
Flanelinhas alegam que condutores de veículos de aplicativos têm atrapalhado outros carros no estacionamento (Flanelinha)

Motoristas de aplicativo e flanelinhas estão se desentendendo na área do estacionamento da Praia Grande, em frente ao Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, no Centro Histórico de São Luís. De acordo com os guardadores e lavadores de carro, os condutores estão parando os veículos na frente dos outros já estacionados no local, o que estaria gerando os conflitos. Esta situação está ocorrendo com mais frequência à noite, quando o movimento de pessoas na região é maior, por causa de festas e outros eventos.

A O Estado, o flanelinha Fernando, que trabalha no local há 9 anos, disse que o problema começou há oito meses. Segundo ele, quando as pessoas estão retirando seus carros estacionados, os motoristas de Uber ou de outras ferramentas digitais aparecem e param os automóveis em frente, impedindo a saída dos outros veículos. “Isso está acontecendo mais à noite, porque eles deixam pessoas aqui para as festas que acontecem no Reviver”, comentou o guardador de carro.

Conforme Fernando, quando são cobrados pela atitude, os motoristas de aplicativo, na maioria das vezes, respondem com agressividade. Mas, como o guardador de carros frisou, outros são educados e pedem um pouco de paciência. “Há uns aí que são ignorantes e perguntam se nós somos donos do Centro Histórico. É uma situação muito chata, mas a gente não parte para a agressão. A gente tenta resolver tudo na paz”, esclareceu o flanelinha.

Presidente interino da Associação dos Lavadores e Guardadores de Carros do Estacionamento Reviver (Algcer), Ronaldo Diniz, disse que alguns pensam que o local é garagem, onde os carros, param porque o espaço é particular. De acordo com ele, a fim de evitar que o conflito ganhe outra dimensão, os flanelinhas saem do ponto e deixam os próprios donos dos veículos resolverem a situação com os motoristas de aplicativo. “A associação tem um estatuto. Nele, é proibido usar violência contra qualquer pessoa aqui, mesmo que nós estejamos errados”, pontuou o guardador de carros.

“Nessas situações, o melhor é a gente se afastar, diante de um comportamento diferente. A gente pede na calma para o cara sair, pois está impedindo a saída dos carros estacionados. Não houve e nunca haverá briga por causa disso, somente discussões”, completou Ronaldo Diniz. O presidente interino contou que esse trecho da Praia Grande é preenchido por 18 flanelinhas - 12 durante o dia e seis à noite -, como orienta a escala que a Algcer fez.

Regras de conduta
Breno Froz, que é membro da Associação dos Motoristas por Aplicativo de São Luís, frisou que a entidade não tem controle integral de todos esses profissionais e isso se torna mais difícil, porque a associação é nova na cidade. “A nossa entidade tem pouco tempo de criação. O fato é que todos eles sabem das regras de conduta no trânsito. A nossa associação, por exemplo, é contra até manifestação em ruas, porque atinge o direito de ir e vir do cidadão”, declarou.

De acordo com Breno Froz, a associação vai colher mais informações sobre esses conflitos entre os motoristas de aplicativo e os flanelinhas no referido local, a fim de tomar uma opinião mais fundamentada do assunto.

REGULAMENTAÇÃO

Em fevereiro deste ano, a Câmara Municipal de São Luís aprovou, por unanimidade, após quase doze horas de debates, o Projeto de Lei nº 001/2017, que regulamentou os serviços de transporte individual de passageiros com uso de aplicativos de celular, como Uber, Mary Drive e 99 POP. A partir desse projeto, foram criadas obrigações a esses profissionais, como identificação do passageiro por parte do motorista, destino da corrida, apresentação de certificado de seguro contra acidentes pessoais a passageiros, uso de veículos com no máximo oito anos de fabricação e cobrança de 5% de tributos sobre os valores pagos por viagem.

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