Estudos recentes mostram que as pessoas com mais de 60 anos estão cada vez mais expostas no trânsito, sobretudo na condição de pedestres. Essas análises são feitas, por exemplo, pelo Observatório Nacional de Segurança Viária. Segundo levantamento feito pelo Sistema Integrado de Gestão Operacional (Sigo), da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP/MA), 360 idosos morreram, entre os anos de 2016 a 2018, no Maranhão, em vias urbanas, rodovias estaduais e federais.

Afetados pela idade, os idosos que transitam desacompanhados pelas vias são as maiores vítimas desses acidentes, fatais ou não. De acordo com pesquisa realizada pela Direção Geral de Tráfego (DGT), da Espanha, os principais problemas enfrentados pelas pessoas idosas, na condição de pedestres, são distinguir a cor das luzes e perceber a velocidade efetiva dos veículos nas ruas, além da distração, presente, com mais frequência, nos homens e mulheres acima de 70 anos.

No trânsito da capital maranhen­se, a situação não é diferente do que ocorre nas outras partes do mundo. Recentemente, uma idosa de 75 anos, de nome Custódia Go­mes de Oliveira, morreu no bairro Vinhais. O fato aconteceu no dia 18 de setembro, quando a vítima atravessava uma rua, tendo sido atropelada por um carro. O veículo era conduzido por uma mulher, que não parou o automóvel e seguiu viagem. Porém, foi encontrada pela polícia mais adiante.

Custódia Gomes estava sozinha no momento em que atravessava a pista, conforme o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops). Nessas situações, os idosos se tornam alvos fáceis de condutores imprudentes, imperitos e negligentes. Em São Luís, é comum observarmos pessoas idosas desacompanhadas atravessando as avenidas, como o jornal O Estado verificou na Avenida Colares Moreira e Beira-Mar. Em muitas ocasiões, elas são ajudadas por pedestres que se sensibilizam e as levam até o outro lado da via.

Indenizações
Nos últimos 10 anos, o Seguro DPVAT pagou mais de R$ 201 mil de indenizações a vítimas de acidentes com veículos na referida faixa etária no Brasil. As estatísticas revelam um elevado índice de atropelamentos, A maioria dos atingidos estava na condição de pedestre no momento da ocorrência, representando 60% do total. Segundo esses levantamentos, os automóveis foram os responsáveis pela maior parte das colisões, somando 49% dos benefícios.

Ademais, mais de 55% dos idosos indenizados pelo Seguro DPVAT ficaram com algum tipo de invalidez permanente, nos últimos dez anos. Mais de 55 mil benefícios foram pagos a familiares de vítimas fatais na terceira idade. Já a cobertura por reembolso de despesas médicas e suplementares alcançou cerca de 35 mil indenizações.

Entre 2009 a 2018, 7.031 idosos foram indenizados pelo Seguro DPVAT no Maranhão, ocupando a 11ª colocação entre as unidades federativas do Brasil. O primeiro lugar ficou com São Paulo, com 29.428 indenizados.

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