Vida Saúde

Alzheimer: fique alerta para o impacto da doença

É importante reforçar a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do cuidado com o paciente da Doença de Alzheimer, para garantir que receba a atenção devida em cada fase

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Preconceito pode ser um obstáculo no trato com os problemas relacionados à doença
Preconceito pode ser um obstáculo no trato com os problemas relacionados à doença (Alzheimer)

São Paulo - O dia 21 de setembro marcou o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, visando aumentar a conscientização sobre a demência e diminuir o estigma associado a essa condição. Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca a diminuição das funções cognitivas e se agrava ao longo do tempo – a progressão da doença acarreta problemas como esquecimento de fatos mais antigos, desorientação no espaço e irritabilidade.

No mundo, estima-se que 50 milhões de pessoas sofram de demência. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a DA é responsável por 60% a 70% dos casos de demência, representando perda de qualidade de vida para os pacientes e familiares. No Brasil, a expectativa é de que o cenário se torne ainda mais dramático, uma vez que, em 2060, o percentual da população com 65 anos ou mais ultrapassará os 58 milhões, segundo relatório do IBGE. O número de pacientes diagnosticados com Alzheimer deve crescer em proporção semelhante.

O preconceito pode ser um obstáculo considerável no trato com os problemas relacionados à doença de Alzheimer e outras demências, incluindo os baixos índices de diagnóstico além da disponibilidade e utilização de serviços de saúde. "A ampliação do acesso aos tratamentos via Sistema Público de Saúde contribui para minimizar a progressão da doença, melhorando a qualidade de vida dos pacientes, familiares e cuidadores", comenta o presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), o neurologista Rodrigo Rizek Schultz.

Entre as terapias medicamentosas para tratamento da Doença de Alzheimer disponíveis o SUS, estão: cápsulas, comprimidos e cápsulas de liberação prolongada. Há um ano, o Ministério da Saúde também disponibiliza o medicamento Rivastigmina em formato de adesivo transdérmico. Ele age inibindo uma enzima responsável por degradar a acetilcolina, um neurotransmissor essencial nos processos cognitivos, principalmente a memória.

De acordo com a Constituição Federal, o Sistema Público de Saúde deve fornecer o acesso gratuito ao tratamento completo para a doença, envolvendo a medicação indicada. Para isso, o paciente deverá procurar seu médico para orientá-lo no processo de obtenção do medicamento. O Protocolo Clínico de Diretriz de Tratamento (PCDT) do Ministério da Saúde prevê que geriatras, neurologistas, psiquiatras ou qualquer médico especialista no tratamento de demências podem prescrever medicações para o tratamento de Alzheimer.

5 cuidados para o paciente com Alzheimer

Para ajudar a lidar com os desafios do paciente, o neurologista e presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, Rodrigo Schultz, relaciona cuidados essenciais aos quais familiares e cuidadores precisam estar atentos.
1. Estímulo para o cérebro. Exercícios como montar um quebra-cabeça estimulam as funções cerebrais e auxiliam a treinar a linguagem, a memória e a fazer pequenas tarefas.
2. Incentivar a atividade física. Programas individualizados de atividade física são benéficos para a função motora de pessoas com DA leve a moderada. Além de prevenir dores e quedas, melhora a disposição e o humor.
3. Medicação, tratamento adequado e orientação. Como dito anteriormente, a doença de Alzheimer não tem cura. Porém, se diagnosticada no início, o tratamento adequado retarda o avanço e ameniza os sintomas.
4. Segurança. As confusões mentais e lapsos de memória decorrentes do Alzheimer podem colocar a segurança do paciente em risco. Minimize os contratempos com medidas simples: informe vizinhos e amigos do estado do paciente para que, se necessário, eles o ajudem.
5. Alimentação. A nutrição adequada a cada paciente deve ser orientada por um especialista. Os idosos podem necessitar de uma maior oferta de proteínas: carnes brancas, como peixe e aves; carnes vermelhas magras; leite desnatado; carboidratos e reguladores, fontes de vitaminas e minerais (vegetais, frutas e legumes).

SAIBA MAIS

O que causa o Alzheimer?
A causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada. A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade, sendo responsável por mais da metade dos casos de demência nessa população.

Quais os estágio(fases) da doença de Alzheimer?
A doença de Alzheimer costuma evoluir para vários estágios de forma lenta e inexorável, ou seja, não há o que possa ser feito para barrar o avanço da doença. A partir do diagnóstico, a sobrevida média das pessoas acometidas por Alzheimer oscila entre 8 e 10 anos. O quadro clínico costuma ser dividido em quatro estágios:
Estágio 1 (forma inicial): alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais.
Estágio 2 (forma moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitação e insônia.
Estágio 3 (forma grave): resistência à execução de tarefas diárias. Incontinência urinária e fecal. Dificuldade para comer. Deficiência motora progressiva.
Estágio 4 (terminal): restrição ao leito. Mutismo. Dor à deglutição. Infecções intercorrentes.

Quais são os sintomas do Alzheimer?
O primeiro sintoma, e o mais característico, do Mal de Alzheimer é a perda de memória recente. Com a progressão da doença, vão aparecendo sintomas mais graves como, a perda de memória remota (ou seja, dos fatos mais antigos), bem como irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo.

Entre os principais sinais e sintomas do Alzheimer estão:
falta de memória para acontecimentos recentes;
repetição da mesma pergunta várias vezes;
dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos;
incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas;
dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos conhecidos;
dificuldade para encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos pessoais;
irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos, tendência ao isolamento.

Quais são os fatores de risco da Doença de Alzheimer?
A identificação de fatores de risco e da Doença de Alzheimer em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à Atenção Básica, principal porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS), um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos.

Alguns fatores de risco para o Alzheimer são:
A idade e a história familiar: a demência é mais provável se a pessoa tem algum familiar que já sofreu do problema;
Baixo nível de escolaridade: pessoas com maior nível de escolaridade geralmente executam atividades intelectuais mais complexas, que oferecem uma maior quantidade de estímulos cerebrais.

Como prevenir a Doença de Alzheimer?
A Doença de Alzheimer ainda não possui uma forma de prevenção específica, no entanto os médicos acreditam que manter a cabeça ativa e uma boa vida social, regada a bons hábitos e estilos, pode retardar ou até mesmo inibir a manifestação da doença.
Com isso, as principais formas de prevenir, não apenas o Alzheimer, mas outras doenças crônicas como diabetes, câncer e hipertensão, por exemplo, são:
Estudar, ler, pensar, manter a mente sempre ativa.
Fazer exercícios de aritmética.
Jogos inteligentes.
Atividades em grupo.
Não fumar.
Não consumir bebida alcoólica.
Ter alimentação saudável e regrada.
Fazer prática de atividades físicas regulares.

Como é feito o diagnóstico da Doença de Alzheimer?
O diagnóstico da Doença de Alzheimer é por exclusão. O rastreamento inicial deve incluir avaliação de depressão e exames de laboratório com ênfase especial na função da tireoide e nos níveis de vitamina B12 no sangue.

Qual o médico pode diagnosticar e tratar o mal de Alzheimer?
O Alzheimer pode ser tratada pelo psiquiatra geriatra ou por um neurologista especializado no tratamento da Doença de Alzheimer.

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