Saúde

Pesquisa revela que mais de 7 milhões nordestinas nunca foram ao ginecologista

Dados apontam que outras 6,2 milhões não realizam visitas regulares ao especialista; principal razão é a desinformação, visto que boa parte delas acredita não precisar das consultas preventivas de rotina.

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Em geral, no país, a primeira consulta com o especialistas de ginecologia ocorre somente aos 20 anos
Em geral, no país, a primeira consulta com o especialistas de ginecologia ocorre somente aos 20 anos (Karina Tafner, ginecologista e obstetra, especialista em Endocrinologia Ginecológica e Reprodução Humana)

São Paulo - Segundo pesquisa Datafolha, encomendada pela Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), cerca de 7,2 milhões de mulheres que residem na região Nordeste nunca se consultaram com um médico ginecologista. Outras 6,2 milhões relataram que não costumam fazer consultas regulares. Dentre as razões alegadas está a crença de que as consultas preventivas não seriam importantes ou necessárias. Médicos da instituição alertam para os riscos que a ida tardia ao ginecologista pode gerar para a prevenção de doenças e orientações acerca da saúde sexual e reprodutiva.

O levantamento ouviu 1.089 mulheres, a partir dos 16 anos de idade, de 129 municípios, em todas as regiões do País (o que representa cerca de 80 mil pessoas). A pesquisa apurou que 60% das brasileiras chegam pela primeira vez ao consultório do ginecologista com cerca de 20 anos de idade. Dessas, 26% corresponde a mulheres que residem em estados da região Nordeste.

Outro dado negativo constatado pela pesquisa foi a frequência da busca por consultas preventivas a cada quatro anos, em média. As razões alegadas também foram preocupantes: 31% argumentaram que não precisam ir ao ginecologista, pois estão saudáveis. Outra parcela, 22% disseram não considerar importante ou necessário procurar o especialista.

Segundo o Dr. Cesar Eduardo Fernandes, presidente da Entidade, a mulher que chega ao consultório, pela primeira vez, aos 20 anos perdeu a possibilidade de se vacinar contra o HPV pelo Sistema Único de Saúde (SUS), afora outros cuidados. Isso pode ter um impacto negativo mais adiante, como um câncer de colo de útero.

Ao contrário de previamente receber as orientações sobre menstruação, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, iniciação sexual e métodos contraceptivos, a maioria chega ao consultório, pela primeira vez, com algum problema instalado, por suspeita de gravidez ou por já estar grávida, dado também levantado pelo Datafolha. A gravidez precoce e não planejada na adolescência, é outra preocupação de Fernandes. De acordo com a Febrasgo, o Brasil está entre os primeiros países do mundo no ranking de gestação adolescente. “A cada cinco partos no país, um é de uma menina menor de 15 anos”, afirma.

Acesso, assistência e atendimento na região Nordeste
Assim como na média nacional, cerca de seis em cada dez mulheres possuem acesso fácil a consultas com ginecologistas no Nordeste (57%). Ainda neste recorte regional, 55% das mulheres utilizam atendimento público, 30% utilizam atendimento particular e outros 12% utilizam plano de saúde.

Outro dado que aponta cenário animador revela que 89% das mulheres do nordeste afirmam estar satisfeitas com o atendimento dos profissionais de ginecologia – a região mais bem avaliada do País. A pesquisa revela ainda que 85% delas costumam ir regularmente ao ginecologista.

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