Comportamento

Dependência em redes sociais e seus impactos

Psiquiatra Marcel Padula Lamas fala sobre o vício em redes sociais, a obsessão por "likes" e os demais prejuízos causados pelo abuso de tempo passado na internet.

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Não existe consenso sobre tempo de internet que deve ser utilizado por adultos
Não existe consenso sobre tempo de internet que deve ser utilizado por adultos (redes)

SÃO PAULO - Ao mesmo tempo que a tecnologia cria produtos fascinantes, que no passado já foram vistos como impossíveis de serem criados, ela pode também causar prejuízos. Hoje em dia, não é incomum uma família reunida na mesa, na sala de casa ou até mesmo em ambientes públicos, como restaurantes ou bares, com todos usando o celular simultaneamente.

“A comunicação entre pessoas próximas vem piorando, apesar de outras conexões externas estarem mais fáceis. O convívio entre membros da família, também. O desenvolvimento de bebês e crianças já não é o mesmo e atividades físicas que já foram comuns no passado, já se tornaram mais raras”, explica Marcel Padula Lamas, psiquiatra do centro médico Consulta Aqui.

O vício em redes sociais é identificado quando uma pessoa tem a necessidade de estar checando e/ou interagindo em sites ou aplicativos a todo momento. Quando o acesso às redes como Facebook, Instagram, Twitter ou WhatsApp é impossibilitado por qualquer razão, o indivíduo pode sentir frustração e ansiedade demasiada.

Existem diversas questões pessoais que levam alguém a ser mais dependente que as demais de suas redes sociais ou outros tipos de sites. “Para tal, existem psicoterapias e psicofármacos que podem ser utilizados no tratamento desses pacientes. Em casos mais graves, podem ser necessárias até internações para, de forma semelhante à dependência de drogas, abster o paciente do uso da internet”, diz o Marcel Lamas.
Por outro lado, existem pessoas que são introspectivas e que têm mais facilidade de conversar com o auxílio da internet. “Essa forma de comunicação pode ser útil para um melhor desenvolvimento das relações interpessoais, porém, não exclui o fato de que o excesso pode ser danoso”, complementa.

Não existe consenso sobre tempo de internet que deve ser utilizado por adultos, contudo, para as crianças e adolescentes, o tempo máximo estimado como ideal é em torno de duas horas e não inclui o tempo gasto em atividades como, por exemplo, lições ou trabalhos escolares. Outro grande problema nesse contexto é a obsessão pelos "likes". “O indivíduo pode se julgar melhor ou pior, dependendo de quantas pessoas demonstram gostar daquilo que é postado. Muitas vezes, pode se preocupar tanto com isso que se torna obsessiva pela admiração alheia, fazendo coisas para os outros e não para si mesmo”, esclarece Lamas.

O autopoliciamento e a interação com pessoas ao redor, são formas de evitar a dependência da internet. “Caso o indivíduo acredite que irá sofrer muito se ficar um dia inteiro sem internet ou sinta que está tendo prejuízos sociais, familiares ou de qualquer outra área, a melhor forma de lidar com o problema é buscar orientações com um profissional”, alerta o médico do Consulta Aqui.

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