Conscientização

Mostra de Cinema celebra mês da diversidade em São Luís

Programação acontece hoje e amanhã no Centro Cultural Vale Maranhão e traz filmes premiados em festivais

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Cena do filme "A Ilha"
Cena do filme "A Ilha" (Ilha)

SÃO LUÍS- Junho é considerado o mês do Orgulho LGBTQ+ e para celebrar a diversidade sexual e de gênero, além de chamar atenção para o preconceito e a violência sofrida por esta comunidade, será aberta em São Luís, hoje, às 19h, a Quelly – Mostra Nacional de Cinema de Gênero e Sexualidade. A Mostra, que é gratuita, ocorre no Centro Cultural Vale Maranhão e a programação traz filmes premiados e que fizeram sucesso em festivais nacionais e internacionais.

Todas as produções que serão exibidas hoje e amanhã são inéditas no Maranhão. A Mostra, criada pelo cineasta George Pedrosa, em parceria com os produtores Josh Balconi e Gabriel Marques traz seis curtas-metragens e um longa, produzidos em diversas regiões do país, que representam o olhar de cineastas brasileiros sobre a temática LGBTQ+.

O título da Mostra é uma homenagem à transexual Quelly da Silva, morta em janeiro deste ano, vítima de transfobia. Ela tinha 35 anos e morava em Campinas (SP). Ao ser preso pela polícia, o autor do crime afirmou ter tirado o coração da vítima, colocado a imagem de uma santa no lugar e guardado o órgão em sua casa, além de furtar seus pertences.

Somente entre janeiro e o final de setembro de 2018, 125 pessoas transgênero foram assassinadas no Brasil. Este é o maior número de mortes registrado entre os 72 países pesquisados pela ONG Transgender Europe. O Brasil ocupa a liderança do ranking desde 2008.

George Pedrosa, responsável pela seleção dos filmes, explica a motivação da Mostra. “São títulos que possuem uma abordagem única sobre a vivência LGBTQ+. Queremos não só exibir filmes de boa qualidade, mas também criar uma oportunidade para os realizadores locais conhecerem o que está sendo feito e serem estimulados a criar projetos nesse campo, além de chamar a atenção da sociedade para a violência sofrida diariamente pelas pessoas LGBTQ+ no Brasil”, disse.

A diretora do Centro Cultural Vale Maranhão destaca a diversidade dos projetos selecionados pelo edital Pátio Aberto em termos de linguagens e temáticas. “Um centro cultural deve estar atento e abrir espaço para a pluralidade de linguagens da cultura e também para os temas contundentes que estão sendo abordados por criadores no mundo todo, as questões de gênero estão entre estes temas e são foco de uma extensa e expressiva produção nas artes visuais, no cinema, no teatro, na dança, enfim, na literatura”, destaca.

SERVIÇO

O quê

Quelly - Mostra Nacional de Cinema de Gênero

Quando

Terça-feira (11) e Quarta-feira (12), a partir das 19h

Onde:

Centro Cultural Vale Maranhão, Avenida Henrique Leal, 149, Praia Grande

Informações:

(98) 3232-6363.

Classificação indicativa: 18 anos

Retirada de ingressos nos dias das sessões, a partir das 18h.

PROGRAMAÇÃO

Dia 11/06 (terça-feira)

18h - Entrega de ingressos

19h - Abertura do evento

- Apresentação da Mostra e performance com as drags Britnega e Blue Berry

19h30 - Exibição dos filmes

Dia 12/06 (quarta-feira)

18h - Entrega de ingressos

19h - Apresentação da Mostra

19h15 – Exibição dos filmes

Sinopse dos filmes

Vaca Profana

Direção: René Guerra

Ficção / Duração: 15 min./ São Paulo, 2017/ classificação 18 anos.

Aborda a maternidade por uma travesti. A história gira em torno do seu desejo de ser mãe e sua relação com a vizinha, que possui uma filha recém-nascida, mas não se identifica com as responsabilidades que envolvem uma criança. O filme participou dos festivais: Queer Lisboa - Lisbon Gay and Lesbian (2018), foi premiado como melhor filme no 19º Festival Kinoarte de Cinema (2017), em Londrina e foi escolhido como o melhor curta (voto popular), no Festival do Rio (2017).

Ilha

Direção: Ary Rosa e Glenda Nicácio

Ficção/ Duração: 94 min./ Bahia, 2018 / classificação 18 anos.

Emerson, um jovem da periferia, quer fazer um filme sobre sua história na Ilha, lugar de onde as pessoas ali nascidas não conseguem sair. A dupla de cineastas baianos lança mão da metalinguagem e outras experiências estéticas para tratar sobre representatividades negra, gay e regional, trazendo à tona também o fazer cinematográfico. O filme teve destaque no 59ª Festival de Brasília, em 2018.

Vigia

Direção: João Victor Borges

Ficção/Duração: 22 min./Rio de Janeiro, 2018/ classificação 18 anos

Primeiro filme do diretor, seu roteiro foi contemplado pelo Laboratório Roteiristas Estreantes, da Escola de Cinema Darcy Ribeiro (RJ). Um vigia de supermercado trabalha revistando jovens de mochila nas costas - em sua maioria negros - que transitam entre as prateleiras de produtos, seu colega, atendente de caixa, é gay. A crítica social e a afetividade, iniciada pela identificação de classe que os une, permeiam a ficção que tem um final surpreendente. Premiado melhor filme e melhor ator no 14º Cinefest Gato Preto, em São Paulo e vencedor do Prêmio Cine França-Brasil, no 7º Curta Brasília.

Majur

Direção: Rafael Irineu

Documentário/ Duração: 20 min./Mato Grosso, 2018/ classificação 18 anos.

O documentário conta a história de uma indígena transgênero do povo Baroro, chefe da comunicação de sua aldeia e porta-voz de um dos mais tradicionais povos do Brasil. Após a estreia do filme, a repercussão positiva, colaborou para que a orientação sexual de Majur se tornasse pública e respeitada por todos. O curta foi selecionado para mais de 30 festivais nacionais e internacionais, e foi destaque na Mostra Competitiva de curtas metragens do 47º Festival de Gramado, em 2018.

NEGRUM3

Direção: Diego Paulino

Ficção/ Duração: 22 min./São Paulo, 2018/classificação 18 anos

Filme‐ensaio sobre negritude e as aspirações dos filhos da diáspora africana no Brasil. Recebeu os prêmios de melhor curta pelo júri popular e Prêmio Canal Brasil na 22ª Mostra de Cinema de Tiradentes (2019), foi premiado como melhor curta no 13º Encontro de Cinema e Vídeo do Sertões (2018).

Inconfissões

Direção: Ana Galizia

Documentário/ Duração: 22 min./Rio de Janeiro, 2017/ classificação 18 anos

O filme sobre Luiz Roberto Galizia, tio da diretora e figura atuante no movimento teatral nas décadas de 70 e 80, relata como a comunidade LGBT e a sociedade enxergavam o HIV naquela época. Foi realizado com imagens de arquivos fotográficos e filmagens em Super 8 por ele realizadas

MC Jess

Direção: Carla Villa-Lobos

Ficção/Duração: 20min./ Rio de Janeiro, 2018/ classificação 18 anos.

MC Jess acompanha o cotidiano de uma poeta negra, lésbica e moradora da favela da Maré, no Rio de Janeiro, que busca na arte libertação e acolhimento. A protagonista do filme é Carol Dall Farra (Mc Jess), que fora das telas, produz o Slam das Minas, um espaço para mulheres recitarem suas poesias na rua. O filme foi selecionado para participar em junho deste ano, do 43º Frameline, maior e mais antigo festival de cinema LGBTQ, que acontece em São Francisco, nos Estados Unidos.

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