Roda Viva

O secretário que brilha pela ausência

Benedito Buzar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
“Como escrito nas estrelas, o secretário da Cultura estava ausente da cidade e fazendo o que mais gosta: viajar para dentro e fora do Brasil, às custas de recursos públicos. Este é o homem que o governador Flávio Dino encontrou para cuidar de assuntos relativos ao nosso patrimônio histórico, artístico e cultural”Benedito Buzar

Ao renunciar ao cargo de governador, Epitácio Cafeteira se desincompatibiliza para ser candidato ao Senado, em outubro de 1990, ato que permite ao vice, João Alberto de Sousa, assumir o comando do Estado por 11 meses e à frente do qual dá um show de competência e capacidade de trabalho.

Naquela curta, mas fecunda gestão de João Alberto, ocupei o cargo de secretário da Cultura, realizando marcantes ações em prol das atividades culturais do Estado, destacando-se uma obra em Itapecuru Mirim, que precisava da minha participação, como filho da terra.

Tratava-se de recuperar o antigo prédio da cadeia pública da cidade, onde anteriormente funcionou a Câmara Municipal e depois a delegacia policial, à frente da qual foi enforcado o famoso Cosme Bento das Chagas, conhecido por Negro Cosme, um dos líderes da Guerra da Balaiada.

Para recuperá-lo, imediatas e corajosas ações deveriam ser executadas, com o fito de reverter uma situação que se antevia insustentável e evitar que um imóvel secular, emblemático do ponto de vista arquitetônico e tombado pelo Patrimônio Histórico, virasse escombros.

Como primeira providência, convenci o governador João Alberto a visitar a Itapecuru para ver ao vivo o estado de abandono em que se encontrava o velho prédio, que demandava rápidas e eficientes reformas.

Sensibilizado com o que viu, o governador assinou ordem de serviço para recuperar a centenária cadeia pública, na qual, após a conclusão dos serviços e das festividades de inauguração, instalou-se a Casa de Cultura de Itapecuru, o que aconteceu no final de 1990.

Devido às intempéries, aquele templo de cultura, ao longo do tempo, sofreu outras reformas. A mais recente ocorreu no atual governo, sob a responsabilidade da secretaria da Cultura, que preparou um projeto, convém salientar, mais amplo, fazendo incorporar-se ao imóvel antigo uma nova área até então ociosa e destinada às apresentações populares e folclóricas.

Com as rigorosas chuvas deste ano, o telhado do novo espaço folclórico, construído sem os devidos cuidados e atabalhoadamente, veio literalmente abaixo, só não causando danos fatais porque o temporal ocorreu na plenitude da madrugada.

Ao saber do sinistro evento, causado por um serviço mal feito, certamente uma empresa de construção civil inidônea, procurei o apagado secretário da Cultura para saber o que a direção da SECMA deflagrara para minimizar o estrago de uma obra que não exigia ingentes trabalhos e nem recursos vultosos.

Como escrito nas estrelas, o secretário da Cultura estava ausente da cidade e fazendo o que mais gosta: viajar para dentro e fora do Brasil, às custas de recursos públicos.

Este é o homem que o governador Flávio Dino encontrou para cuidar de assuntos relativos ao nosso patrimônio histórico, artístico e cultural, do qual se diz à boca pequena que ao ser nomeado para tão importante cargo, um jornalista quis saber o nome do renomado jornalista maranhense, perpetuado numa estátua de bronze e sentado na principal praça da cidade. Para decepção dos circunstantes, a resposta foi o silêncio do homem da Cultura.

Como não o encontrei, pedi à sua secretária que registrasse um pedido de audiência, que esperei ansiosamente por mais de trinta dias, mas não obtive qualquer resposta, prova cabal e inequívoca da falta de consideração a um conceituado e respeitado cidadão itapecuruense, ex-secretário da Cultura, e membro e presidente da Academia Maranhense de Letras.

Para finalizar, um aviso ao trepidante globetrotter da cultura tupiniquim: se continuar de braços cruzados, como é de seu costume, com relação à recuperação da Casa da Cultura de Itapecuru, que se prepare para responder na Justiça por tão inominável omissão.

Bons tempos aqueles

Leio no Diário Oficial, de 8 de julho de 1906, portanto, há 113 anos, essa preciosa informação e emitida pelo governador da época, Dr. Benedito Leite.

“O Sr. Governador do Estado estará em palácio à disposição das pessoas que precisarem falar-lhe, de 2 até 4 horas da tarde, todos os dias úteis, com exceção das quintas-feiras. Para negócio urgente, Sua Excelência poderá ser procurado em qualquer dia e a qualquer hora.”

A gente daquela época era feliz e não sabia.

Braid devagar

Todas as pesquisas, confiáveis ou não, afirmam que se a eleição fosse hoje, o deputado Eduardo Braid seria com tranquilidade o sucessor do prefeito Edivaldo Holanda.

Talvez seja por causa dessa vantagem sobre os concorrentes, que Braid vem se omitindo de apontar e criticar os problemas de São Luís, que são tantos, graves e ostensivos.

Por mais que seja o favorito e esteja folgadamente na pole position da corrida sucessória, Braid não pode ficar omisso ou calado diante de questões que afetam diretamente a população.

Terceira cirurgia

Pela terceira vez, Mauro Fecury viajou, na semana passada, às pressas para São Paulo, a fim de submeter-se a urgente processo cirúrgico.

Graças à ajuda de Deus e da participação competente da equipe médica do Hospital Sírio Libanês, Mauro, bravamente, enfrentou, com sobriedade, um problema ortopédico que vem dos tempos de jovem.

Para alegria dos familiares e amigos, nos próximos dias, retorna a São Luís, para dar continuidade à grande obra educacional que construiu no Ceuma.

Duarte como alvo

Essa maldosa campanha contra o jovem deputado Duarte Junior, não repercutiu junto à opinião pública, haja vista à excelente cotação nas pesquisas à sucessão de prefeito de São Luís.

Duarte, que só perde, em matéria de posição política, para o deputado Eduardo Braid, o qual, propositadamente vem se esquivado de participar dos problemas que afetam a cidade, fato que favorece o ex-dirigente do Procon e o deixa numa zona confortável, principalmente junto aos setores mais identificados com a sua cronologia e os problemas de seu tempo.

Você decide

Ainda repercute a reunião realizada em Brasília, que contou com a presença do Presidente Jair Bolsonaro e dos governadores estaduais.

Dizem que naquela reunião, o governador Flávio Dino chegou atrasado propositadamente e com dois objetivos.

Primeiro, interromper a reunião para atrair as atenções dos que dela participavam ou a assistiam pela televisão.

Segundo, para não ter de apertar a mão do Presidente da República, ao qual não dedica apreço e nem deseja dele se aproximar.

Produto mais vendido

Dou um doce para quem souber o produto mais vendido no comércio de São Luís, para presentear as mães.

Quem apostou em flores ganhou. Este ano, elas foram mais procuradas do que o peru no Natal e o bacalhau na Semana Santa.

O TJ também

Não foi somente a Assembleia Legislativa que antecipou as eleições da sua Mesa Diretora e prorrogou o mandato de seus ocupantes até 2022.

Antes da Assembleia, o Poder Judiciário realizou procedimento da mesma natureza, antecipando as eleições da Mesa Diretora para o mês de março deste ano, que prorrogou os mandatos dos atuais diretores até abril de 2020.

Conchavo a três

O fato de o Maranhão ter tido recentemente três governadores – Flávio Dino, Carlos Brandão e Othelino Neto, nos transporta para os idos de janeiro de 1965.

Para não passar o Governo a José Sarney, o governador Newton Bello o transferiu para o vice, Alfredo Duailibe, que, por sua vez, afastou-se do cargo por dois dias, para permitir ao então presidente da Assembleia, Aldenir Silva, visitar Caxias, com a faixa e tudo a que tinha direito, e ser homenageado pelos conterrâneos.

Filhos de Bolsonaro

Como dizia o poeta Vinicius de Moraes: “Filhos? Melhor não tê-los, mas se não tê-los, como sabê-los.”

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