Agronegócio

Colheitadeiras de algodão se esgotam em fornecedoras do Brasil para 2019

País vive ''boom'' na produção algodoeira, puxado por maiores preços internacionais e disputa comercial entre EUA e China

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
(colheitadeiras de algodão)

SÃO PAULO - É apenas maio, mas se um produtor brasileiro de algodão encomendar agora uma nova colheitadeira para trabalhar na safra deste ano, que deverá ser maior, não a receberá em 2019. Elas se esgotaram na indústria.

O Brasil experimenta um "boom" na produção algodoeira, como resultado dos maiores preços internacionais e da taxa adicional de importação de 25% imposta pela China ao algodão dos Estados Unidos, em meio à guerra comercial entre os países.

É esperado que as exportações brasileiras da fibra avancem 35% em 2019, para 1,7 milhão de toneladas, de acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). A produção deve crescer para 2,64 milhões de toneladas na atual safra, ante 2 milhões na temporada anterior, diz o governo.

"Ainda estamos entregando as colheitadeiras encomendadas no ano passado. Algumas delas chegarão em 60 dias para o início da colheita, mas não todas. Algumas chegarão aos agricultores no meio da colheita e os ajudarão a finalizar o trabalho de campo", disse à Reuters o diretor de vendas da John Deere, Rodrigo Bonato, em entrevista durante a Agrishow, maior evento de equipamentos agrícolas da América Latina.

A Deere é a única fornecedora do tipo de colheitadeira utilizado por agricultores de algodão nas vastas áreas de Estados como Mato Grosso e Bahia. Ela importa suas máquinas de sua unidade em Des Moines, Iowa (EUA). Outras fabricantes, como a Case IH, possuem máquinas diferentes, que não atendem às necessidades locais.

"Não podemos receber mais encomendas de colheitadeiras para entrega neste ano, infelizmente", disse Bonato, acrescentando que as vendas do equipamento no Brasil cresceram 30%.

O mercado é relativamente pequeno, com cerca de apenas 800 colheitadeiras de algodão produzidas anualmente no mundo. O Brasil recebe algo em torno de 150 delas.

Silvio Campos, diretor de mercado de produtos da Case no Brasil, afirmou que, além de pequeno, o mercado é muito variável, dependendo amplamente dos preços internacionais do algodão.

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