Saúde

Por falta de recursos, Fundação Antonio Dino suspenderá serviços

Comunicado foi feito pela entidade; motivo é o não repasse de recursos pelo Governo do Estado e o acúmulo de um déficit superior a R$ 5,7 milhões

Evandro Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

[e-s001]A Fundação Antonio Dino anunciou a suspensão dos Serviços de Pronto Atendimento (SPA), Atendimento Domiciliar e Tratamento da Dor e Cuidados Paliativos no Hospital do Câncer Aldenora Bello, a partir de hoje. O anúncio, feito internamente, foi feito via ofício, e acabou ‘vazando’ para a imprensa. E a explicação é o não repasse de recursos pelo Governo do Estado. O comunicado interno diz que a Fundação firmou convênio no valor de R$ 3,1 milhões com o Governo do Estado no ano passado.

Foi informado, também, que seriam feitos estudos para, por meio do Fundo Estadual de Combate ao Câncer, a quantia de R$ 600 mil mensais ser destinada à manutenção dos serviços no hospital. O problema é que, do convênio assinado, um total de R$ 2,8 milhões foram repassados e o apoio mensal nunca foi solucionado, conforme o comunicado. Nesse intervalo de tempo, a Fundação Antonio Dino acumulou um déficit superior a R$ 5,7 milhões.

O comunicado diz que os serviços não possuem cobertura total do Sistema Único de Saúde (SUS) e que o valor destinado
pelo SUS é irrisório, ou seja, paga apenas 10% do total dos custos para a manutenção dos serviços. O valor repassado pelo Governo do Estado, em 2008, era estimado em R$ 237 mil mensais, correspondente a diferença dos recursos repassados pelo SUS.

Conforme a direção do hospital, o convênio foi encerrado e a Fundação Antonio Dino tem feito investimentos em construções, ampliações e adaptações, além de manter o pleno funcionamento dos serviços. Com a medida, o Hospital do Câncer Aldenora Bello deve ser reclassificado, deixando o status de Centro de Assistência em Alta Complexidade em Oncologia, até então o único no Maranhão.

[e-s001]Nove leitos destinados à internação oncopediátrica serão desativados, com o objetivo de atender a uma exigência do Ministério da Saúde, que obriga a construção de uma UTI Pediátrica, com cinco leitos. A construção do espaço foi garantida por meio de recursos do Instituto Ronald Mc Donald e os equipamentos foram adquiridos em licitação pública com recursos de emenda parlamentar estadual. O espaço deve ter sua construção finalizada, mas seguirá inoperante pois os custos trariam um déficit adicional de R$ 346.907,00 mensal para a Fundação.

Pioneiro
O Hospital do Câncer Aldenora Bello é pioneiro no tratamento do câncer no Maranhão. Atualmente, a unidade possui leitos de internação, divididos em enfermarias clínica, cirúrgica, pediatria, UTI e apartamentos. Além disso, conta com um serviço de radioterapia e braquiterapia, que está sendo ampliado para duplicar sua capacidade de atendimento neste setor.

O hospital tem um Serviço de Pronto Atendimento exclusivo para pacientes em atendimento oncológico. É o único Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Maranhão, e conta com equipe médica que atua em todas as áreas da oncologia, além de equipe multiprofissional completa para o atendimento integral ao paciente oncológico.

São diagnosticados mais de 3.500 casos novos de câncer ao ano, o que representa mais de 50% do número de casos esperados para o estado. São realizadas mais de 56.756 consultas, 896 cirurgias, 30.141 quimioterapias e 6.025 radioterapias ao ano.

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