Excluídos do Carnaval oficial

Grupos de tambor de crioula dançam em protesto em frente ao Palácio dos Leões

Manifestação folclórica maranhense, tombada pelo Iphan como patrimônio cultural imaterial, reagiu ao ficar de fora da folia patrocinada pelo Governo do Estado

Daniel Matos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Enquanto tambores davam o ritmo, coreiras faziam a tradicional pungada diante do Palácio dos Leões
Enquanto tambores davam o ritmo, coreiras faziam a tradicional pungada diante do Palácio dos Leões (Tambor no Palácio dos Leões)

Excluídos da programação oficial do Carnaval patrocinada pelo Governo do Estado, grupos de tambor de crioula fizeram um protesto, na manhã de hoje, em frente ao Palácio dos Leões. A intenção dos organizadores do ato foi chamar a atenção da sociedade e do próprio governador Flávio Dino (PCdoB) para o que chamam de desprezo à tradição e cultura popular do Maranhão.

Enquanto os instrumentos davam o ritmo, um grupo de coreiras dançavam a tradicional punga. O toque de tambor diante da sede administrativa do Governo do Estado e residência oficial do governador chamou a atenção de quem estava ou passava pelo local.

À frente da manifestação, Simei Dantas, dona de um dos grupos de tambor de crioula de São Luís e entusiasta da dança, relatou o que classificou como despeito do secretário de Estado da Cultura, Diego Galdino, durante uma reunião realizada na última terça-feira (26) com representantes do segmento.

"Ele (o secretário) nos humilhou. Disse que nós estávamos fora do Carnaval e deixou claro que não quer nenhum tipo de contato com a gente", relatou, revoltada, lembrando que o tambor de crioula, manifestação folclórica genuinamente maranhense, foi tombado, em 2007, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural imaterial do Brasil.

Simei lamentou a desvalorização da cultura local na programação oficial do Carnaval bancada pelo Governo do Estado ."Se a festa se chama 'Carnaval de Todos, por que fomos excluídos e desprezados?", questionou. "É um absurdo ficarmos de fora do Carnaval, enquanto atrações de outros estados são contratadas pelo governo para tocar pouco e receber cachês elevados", queixou-se.

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