Pequenos empresários

94 mil microempreendedores formalizados no Maranhão

Diretora executiva do Centro de Apoio aos Pequenos Empreendedores (Ceape), Cláudia Cisneiros, diz que a formalização proporciona cidadania e abre as portas da economia formal, sendo uma ferramenta de inclusão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Ceape até hoje já financiou mais de 450 microempreendedores, que são adeptos do MEI no Maranhão
Ceape até hoje já financiou mais de 450 microempreendedores, que são adeptos do MEI no Maranhão (microempreendedor)

O estado do Maranhão possui 93.966 registros de pequenos empresários formalizados na condição de microempreendedores individuais (MEIs). Esse número representa 1,18% do total de MEIs existentes no Brasil, que corresponde a 7.926.986, conforme o levantamento do Sebrae, até 9 de fevereiro deste ano.
Na Região Metropolitana de São Luís, que abrange a capital maranhense, e as cidades de Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no Maranhão, o número de MEIs chega a 37.914. Com 30.866 microempreendedores, a capital lidera o ranking de adesões na Grande Ilha, e tem a maior parte de pessoas inscritas no MEI de todo o Maranhão.
Os números espelham o fato de muitos brasileiros tocarem seu próprio negócio nessa década e que, somente no Maranhão, próximo de 100 mil pessoas cadastradas nesse sistema de tributação, criado pelo Governo Federal em 2009, passaram da informalidade para a formalidade, a partir de 2010, com o aparecimento do MEI.
Na opinião de Cláudia Fernandes Cisneiros, que é a diretora executiva de uma das mais tradicionais empresas especializadas em microfinanças, o Centro de Apoio aos Pequenos Empreendedores (Ceape), a formalização proporciona cidadania e abre as portas da economia formal. Ela, porém, vê o empreendedorismo como uma iniciativa, em muitos casos, sem planejamento, o que leva a um grande número de empresas fechadas.
De acordo com o Sebrae, de 25% a 30% das empresas maranhenses fecham as portas no período de dois anos; e, 50% em até cinco anos. A solução, diz Cláudia Cisneiros, que além de estar à frente da direção executiva do Ceape, é também presidente da Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (Abcred), podem estar nas linhas de financiamento, por meio das instituições que trabalham com o microcrédito.
Cláudia Cisneiros é formada em Administração de Empresas e especialista Gestão de Empresas, pela Fundação Getúlio Vargas. Ela o considera como um dos maiores programas de formalização de mão de obra do mundo. Apesar disso, Cláudia chama a atenção para os empreendedores irregulares, mas que vendem mercadorias legítimas, cuja produção gera emprego. E há os que vendem mercadorias ilegais, de origem criminosa. “A formalização ajuda a diferenciar o empreendedor até então irregular do que aquele que está na ilegalidade. Nesse aspecto, o MEI é uma ferramenta de inclusão social”, destacou a presidente da Abcred.

Faturamento Anual
A cobertura do INSS a custo baixo é um forte atrativo do MEI, mas, por falta de informação, existe ainda uma boa parte no mercado que, possivelmente, ainda resiste em aderir ao programa. Outra questão é a limitação de faturamento anual de até R$ 81 mil. Se o MEI apresenta um faturamento acima desse limite, ele muda de patamar, e passa a ser uma microempresa.
Cláudia Cisneiros chama essa migração de um passo natural de “alavancagem na vida do empreendedor”. A especialista em Gestão de Empresas, inclusive, frisa que as responsabilidades ficam maiores e afirma que, para que haja essa transição, tem de haver um contrato social, uma contabilidade mais detalhada, e outro tipo de tributação.
Para a presidente da Abcred, o empreendedor legalizado tem autoestima maior. “Uma pessoa que passa da informalidade à formalidade não muda, necessariamente, em termos de personalidade ou ética, mas muda a maneira como ela é vista pela sociedade, e por ela mesma. E isso tem impacto positivo na produtividade. Ser o próprio patrão torna a pessoa mais tranquila”, destacou Cláudia Cisneiros.
Outra observação feita por ela é que as pessoas empreendem também por desespero, por necessidade, e nem sempre por oportunidade de negócios. A presidente da Abcred afirma que muito do empreendedorismo no Brasil ainda é irresponsável, no sentido de não envolver um plano de negócios, uma pesquisa de mercado, e um planejamento de custos.

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