INSEGURANÇA

Vans circulam em condições precárias, afirmam usuários

Apreensões de veículos motivaram protestos na última segunda-feira (11); de acordo com usuários, muitos veículos trafegam sem equipamentos de segurança e geram medo

Monalisa Benavenuto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Vans que fazem o transporte de passageiros na Região Metropolitana de São Luís precisam de manutenção
Vans que fazem o transporte de passageiros na Região Metropolitana de São Luís precisam de manutenção (Vans)

As vans que operam no transporte alternativo de São Luís e região metropolitana, assim como em outros municípios do estado, têm sido alvo de fiscalização promovida pela Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB). Os veículos, muitas vezes sucateados, circulam com superlotação e registram imprudências, como excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas e estacionamento em locais impróprios, pondo em risco a integridade dos usuários do serviço e de outros motoristas e pedestres que integram o trânsito da capital.

Requisitos como condições de segurança, conforto e higiene dos veículos, qualificação profissional, respeito ao meio ambiente e responsabilidade social são verificados pela MOB durante a fiscalização, com a finalidade de garantir a prestação de um serviço adequado aos usuários. Devido a incompatibilidades com as determinações do órgão, cerca de 60 vans foram apreendidas na última semana no estado, quando findou o prazo inicial fixado pela MOB, motivando o protesto realizado na manhã de segunda-feira (11), na BR-135. Mas a situação tem preocupado aqueles que dependem do serviço alternativo dentro da capital.

Para muitos moradores da Ilha, as vans compõem o principal meio de locomoção entre os municípios da Região Metropolitana e São Luís. O serviço, embora constante, deixa a desejar no que se refere às condições dos veículos e o cumprimento de normas definidas pela MOB e pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), mas ainda assim é defendido por quem o utiliza, como o aposentado Sinésio Oliveira, que reside na Vila do Povo, em Paço do Lumiar, e conta com o serviço por causa da facilidade.

“Algumas transitam em condições precárias, mas não temos outras opções. O ônibus que passa por onde eu moro só vai até o Terminal da Cohab, quando preciso vir ao Centro, fica mais fácil vir de van. Mas às vezes a gente se assusta com alguns desses veículos, porque em uns a porta não fecha, fedem a queimado, mas ainda é a melhor condução para quem mora mais distante”, contou o aposentado.

Conforme ressaltou o usuário do serviço, alguns veículos apresentam sérios problemas em seus equipamentos. Enquanto O Estado esteve na região do Centro de Compercio Informal (SCI), o popular Camelódromo, na Avenida Magalhães de Almeida, no Centro, onde fica o ponto final das vans que atuam na região metropolitana, foram verificados veículos com o para-brisas quebrado, vidros de janelas substituídos por estruturas de PVC, bancos sem cintos de segurança, portas emperradas e alguns até com problemas mecânicos, que trafegavam com dificuldade.

Outros usuários do serviço temem que acidentes mais graves ocorram e questionam se a situação não poderia ser minimizada, caso os investimentos necessários fossem realizados, como contou Alessandro Barros.

“Os motoristas de vans ganham bem com a cobrança de passagens dentro da cidade, mas a maioria deles insiste em seguir sem placa e curso para transporte de passageiros. Alguns não têm nem mesmo a carteira necessária para estarem dirigindo um veículo de transporte coletivo. Claro que não podemos generalizar, mas muitos profissionais são despreparados e sem compromisso com a vida daqueles que transportam”, afirmou o usuário do serviço.

Após os protestos, uma reunião foi realizada entre motoristas de vans que operam no transporte alternativo do estado e representantes da MOB para tratar da fiscalização dessa modalidade de serviço. Para garantir a segurança dos passageiros e dos condutores, as vans precisam seguir normas determinadas para a atividade, conforme destacou o órgão. A agência estabeleceu, em 2017, todo o ano de 2018 como prazo para que os motoristas se regularizassem. Concluído esse prazo, a MOB iniciou, na última semana, um calendário de fiscalizações para verificar essa regularização.

Atendendo à reivindicação da categoria, a MOB publicará uma portaria concedendo mais 45 dias de prazo para que sejam feitos novos cadastramentos de vans e micro-ônibus do transporte alternativo. O Estado questionou a agência sobre os veículos já apreendidos e, também, se a fiscalização e apreensões seriam suspensas, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.

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