Acidente

Empresa que transportava Boechat não podia fazer táxi aéreo, diz Anac

Agência diz que aeronave só podia prestar serviços de reportagem aérea; Anac abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo feito

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Morte de Ricardo Boechat teve grande repercussão
Morte de Ricardo Boechat teve grande repercussão (ricardo boechat)

SÃO PAULO - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera na tarde desta segunda-feira (11), em que o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci morreram, não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea. A agência abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo feito.

“A aeronave de matrícula PT-HPG, acidentada, em São Paulo, era operada e pertencia à empresa RQ Serviços Aéreos Especializados LTDA. A empresa possui autorização da ANAC para prestar Serviços Aéreos Especializados (SAE), que incluem aerofotografia, aeroreportagem, aerofilmagem, entre outros do mesmo ramo. A aeronave acidentada também estava certificada na categoria SAE. Qualquer outra atividade remunerada fora das mencionadas não poderia ser prestada. Tendo em vista essas informações, a ANAC abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo realizado no momento do acidente", diz a nota.

Técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Aeronáutica, também abriram investigação sobre a queda. Depois de apresentar jornal na Band News FM, na capital paulista, Boechat seguiu para um evento organizado para uma indústria farmacêutica, em um hotel em Campinas, no interior de São Paulo.

O helicóptero saiu de Campinas às 11h45 desta segunda-feira, no interior do estado, onde Boechat participou de um evento, e seguia em direção à sede do Grupo Bandeirantes, no Morumbi, Zona Sul. A queda ocorreu na rodovia Anhanguera, próximo ao Rodoanel: a aeronave bateu na parte dianteira de um caminhão que transitava pela via. Segundo testemunhas, o piloto tentava fazer um pouso de emergência.

“De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), a aeronave estava com o Certificado de Aeronavegabilidade válido, bem como a Inspeção Anual de Manutenção, ou seja, em situação regular”, diz nota da Anac.

Repercussão

A morte do jornalista teve grande repercussão. O presidente Jair Bolsonaro lamentou o ocorrido. Por meio de seu perfil na rede social Twitter, ele escreveu: “É com pesar que recebo a triste notícia do falecimento do jornalista Ricardo Boechat, que estava no helicóptero que caiu hoje em SP. Minha solidariedade à família do profissional e colega que sempre tive muito respeito, bem como do piloto. Que Deus console a todos!”.

“Associação Brasileira de Imprensa (ABI) também emitiu nota. “Ricardo Boechat foi um jornalista brilhante, apaixonado pelo seu ofício, que jamais deixou de participar das discussões do seu tempo. Um dos seus traços marcantes era o rigor que cultivava em relação a apuração do noticiário que devia reproduzir os fatos com extrema precisão. Com a morte trágica de Boechat morre também parte de uma geração da qual foi um dos profissionais mais exuberantes”, diz trecho.

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