Não teve sucesso a primei­ra reunião da nova rodada de negociações en­tre representantes dos sindicatos dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários do Estado do Maranhão (Sttrema) e das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), realizada na ma­nhã de ontem (17), na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), com a participação de representante da gestão municipal. Foram debatidas, na audiência conciliatória, medidas conciliatórias entre categorias, a fim de evitar a paralisação do serviço transporte público na capital. Nova reunião está marcada para hoje.

A audiência foi convocada na última quinta-feira (13) pelo desembargador Gerson de Oliveira - mediador das discussões - após o anúncio de movimento grevista de rodoviários, que começaria à 0h de ontem. “Na semana passada, me deparei com a solicitação de uma medida cautelar sobre percentual de ônibus, pois uma greve seria deflagrada hoje [ontem]. Então, achei por bem, antes de decidir qualquer situação, suspender o movimento para sentarmos em uma mesa de conciliação para discutirmos esta situação”, explicou.

O impasse entre trabalhadores e patrões se estende desde o começo de setembro. Durante os três meses, nenhum acordo que atendesse às reivindicações dos rodoviários, resultando no movimento grevista, que, conforme pontuou Isaías Castelo Branco, presidente do Sttrema, não representa o interesse primordial da categoria.

“Tivemos várias rodadas de negociação com o patronal e o Ministério Público e não foi estabelecido nenhum avanço em relação a percentual de salário, tíquete-alimentação e outros benefícios que constam em nossa Convenção Coletiva de Trabalho. Nós temos colocado sempre que não é interessante para nós realizar paralisações e estamos confiantes de que poderemos sair com avanços após esta nova rodada de conciliação para realmente suspendermos o movimento grevista”, esclareceu.

Remanejamento
Por outro lado, para o SET, o objetivo é que, inicialmente, as partes acordem quanto ao remanejamento de funcionários que atuem como cobradores para outras áreas, já que, como frisou Gilson Neto, presidente do sindicato, a função está entrando em desuso. “Hoje, mais de 80% dos valores que circulam nos ônibus não se refere a dinheiro, mas a cartões de gratuidade, meia-passagem e vale-transporte. Então, a função do cobrador está deixando de existir”

“O que nós defendemos não é a extinção do cobrador, mas que, a médio e longo prazo, possamos disponibilizar cursos profissionalizantes para que eles migrem para outras funções, como de motorista, ou no setor administrativo, ou de manutenção, dentro do próprio sistema de transporte. Não seria uma coisa imediata, mas precisamos tratar desde já”, ressaltou Ne­to, que também elogiou a mediação realizada pelo desembargador, buscando garantir a melhor decisão para a população.

Sobre o risco de aumento de preço na passagem de ônibus, o secretário municipal de Trânsito e Transportes, Canindé Barros, garantiu que, pelo menos até o fim deste ano, não haverá alterações de valores. “Independentemente do resultado das audiências, não repassaremos reajustes aos usuários de transporte público. Esperamos chegar em um consenso que beneficie as partes envolvidas de forma justa, principalmente a população de São Luís”, destacou.

Apesar da avaliação positiva sobre a audiência, nenhuma ação conclusiva foi acertada entre as partes, já que as propostas precisam ser apresentadas aos demais integrantes das categorias representadas no encontro. Neste sentido, uma nova reunião será realizada na tarde de hoje e a expectativa, de acordo com o desembargador responsável pelo caso, é de que até quarta-feira (19) o impasse possa ser soluciona­do.

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