Desmanche

PF desarticula crimes de roubo contra os Correios no MA e PA

Operação ocorreu em São Luís, Itapecuru-Mirim, Imperatriz, Bacabal, Santa Inês e Santa Luzia (MA) e Redenção, no Pará; dezesseis mandados foram cumpridos

Daniel Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Até droga foi encontrada com os envolvidos nos roubos aos Correios
Até droga foi encontrada com os envolvidos nos roubos aos Correios (Correios)

SÃO LUÍS - Com o objetivo de desarticular crimes de roubos nos Correios no Maranhão e no Pará, cometidos por funcionários, a Polícia Federal deflagrou ontem uma operação intitulada de “Hermes e o Gado II”. A Ação contou com a Superintendência do órgão no Estado e ocorreu em São Luís, na capital; Itapecuru-Mirim, Imperatriz, Bacabal, Santa Inês e Santa Luzia, no interior; e Redenção (PA).

As investigações constataram uma série de irregularidades ocorridas em diversas unidades dos Correios no Maranhão e de uma cidade do Pará. Em uma delas, constatou-se o envolvimento de pessoas ligadas a uma organização criminosa. Os desfalques à agência dos Correios da cidade foram utilizados como forma de capitalizar a organização criminosa. Cães farejadores encontraram drogas em poder dos investigados. Foram apreendidos R$ 6 mil na residência de um deles. A previsão do total de valores subtraídos nos sete municípios chega a quase R$ 1 milhão, podendo aumentar até o final das investigações.

Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão, além do afastamento de oito empregados dos Correios, em conjunto com outras medidas cautelares diversa de prisão. As ordens judiciais emanaram tanto da Justiça Federal de Bacabal quanto de São Luís. O trabalho ainda contou com o apoio da logística do Fórum da Justiça Estadual em Santa Inês.

Esquematização:

As investigações verificaram também que o funcionário dos Correios, aproveitando-se do seu poder de gerência, roubava ou facilitava o roubo de numerário do cofre do Banco Postal (Correios), deixando em caixa apenas quantidade suficiente para manutenção das atividades regulares da agência. Informava artificialmente, no sistema bancário, que o cofre estava cheio, como se o dinheiro roubado ainda ali estivesse. Como o roubo de dinheiro do cofre não era registrada no sistema do Banco Postal, tornava-se necessária a criação de uma justificativa para a sua falta. Para isso, a organização criminosa simulava assaltos, o que permitia afirmar que o dinheiro havia sido levado naquele crime. Para aumentar o proveito da atividade criminosa, foram simulados depósitos no Banco Postal, cujos valores logo depois eram sacados e divididos entre os membros da quadrilha.

Posteriormente, entravam em cena os laranjas, possuidores de contas no Banco do Brasil, que repassavam aqueles depósitos à organização criminosa, dando uma aparência legal ao dinheiro que alimentava o tráfico de drogas. Praticavam, ainda, a subtração de aparelhos celulares de valor elevado, os quais eram distribuídos aos membros da quadrilha. Outra vertente utilizada pelos criminosos foi a ativação de cartões de bolsa família e de benefícios previdenciários. O gerente possuía acesso aos sistemas corporativos, habilitava os cartões de benefício, até para pessoas mortas, o que possibilitava a obtenção de empréstimos bancários com os documentos esquentados.

SAIBA MAIS:

O nome da operação é uma alusão ao conto mitológico de mesmo nome, que traz como tema a utilização de subterfúgios, com a finalidade de encobrir os crimes cometidos pelo mensageiro de Zeus.

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