Cumplicidade

Caminhoneiro diz que recebeu R$ 47 mil para ajudar quadrilha do assalto em Bacabal

De acordo com a polícia, Obadias Pereira que foi preso em Araguanã, confessou que, sob ameaça, ajudou o bando a fugir; dinheiro foi encontrado enterrado em Nova Olinda

Daniel Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Obadias Pereira com o dinheiro que recebeu dos assaltante do BB de Bacabal
Obadias Pereira com o dinheiro que recebeu dos assaltante do BB de Bacabal (Obadias)

SÃO LUÍS - Considerado desaparecido desde o assalto ao centro de distribuição Banco do Brasil (BB) de Bacabal no dia 25 de novembro e ter o seu caminhão abandonado e incendiado durante a ação criminosa, o caminhoneiro pernambucano Obadias Pereira da Silva, de 44 anos, confessou que foi ameaçado recebeu R$ 47 mil da quadrilha, para ajudar o bando a fugir. Obadias foi preso na cidade de Araguanã, a 159 km de São Luís, suspeito de integrar a quadrilha. Ele foi apresentado ontem na sede da Superintendência de Investigações Criminais (Seic), no bairro de Fátima, na capital maranhense. Ele foi encaminhado para o Complexo de Pedrinhas.

De acordo com informações da polícia, Obadias passava pela cidade de Bacabal durante a ação criminosa e foi parado pelos bandidos. Foi feito de refém em uma agência do INSS, ao lado do banco assaltado, onde foi colocado em um caminhão boiadeiro junto com os bandidos e dirigiu até o sítio. Obadias e os criminosos se dirigiram durante a madrugada inteira até a Santa Luzia do Paruá, onde desceram os 14 membros, que depois foram autuados na terça-feira,4. Permaneceram com ele mais quatro, que adentraram em uma área de matagal, em Nova Olinda, o ajudaram a enterrar o dinheiro e se dispersaram.

Obadias é o segundo caminhoneiro suspeito de participação no ataque. Após a prisão, policiais militares e civis seguiram com o caminhoneiro ao local de esconderijo de parte da quadrilha, em Nova Olinda, e lá foi encontrado enterrado a quantia de R$ 47 mil, que já foi apreendida.

Suspeita de integrar a quadrilha:

Na última quinta-feira, 6, a Polícia Civil do Maranhão informou que Obadias Pereira da Silva, 44 anos, entrou em contato com a família, que fez uma campanha por meio das redes sociais para encontrá-lo. De acordo com o delegado Luciano Bastos, chefe do Departamento de Roubo a Bancos da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), uma das filhas do caminhoneiro informou a polícia sobre o contato do pai, afirmando que o mesmo disse estar na região de Nova Olinda, após ter sido libertado pelos assaltantes na terça-feira, 4. De acordo com a filha do caminhoneiro, Obadias Pereira afirmou estar debilitado, com muita fome e que não consegue andar.

Desaparecimento:

De acordo com as primeiras informações, Obadias conduzia seu caminhão, quando teria sido abordado por um grupo que o fez de refém, após um assalto a banco na cidade Bacabal, a 240 km de São Luís. Enquanto o caminhoneiro estava desaparecido, o delegado Armando Pacheco, da Polícia Civil do Maranhão, chegou a afirmar que não descartava sua participação no crime. "Nenhuma linha de investigação descartada". Conforme o delegado, os investigadores ainda podem ser surpreendidos com uma possível participação do pernambucano Obadias Pereira da Silva na ação criminosa.

O caminhão de Obadias foi encontrado carbonizado em uma estrada que fica na saída de Bacabal. "Pode ser que nós sejamos surpreendidos com uma possível participação dele. Das possibilidades, todas estão sendo checadas", disse o delegado em entrevista à uma emissora de TV.

Arquivo:

No domingo, 25 de novembro, uma quadrilha invadiu a cidade de Bacabal, explodiu e assaltou a agência do Banco do Brasil (BB), fuzilou o quartel da Polícia Militar e uma delegacia de Polícia Civil. Durante a ação, três criminosos e um morador da cidade morreram. A polícia calcula que aproximadamente 40 pessoas participaram do roubo.

Os bandidos incendiaram veículos e fizeram dezenas de moradores reféns. Dados ainda não confirmados indicam que os assaltantes teriam roubado cerca de R$ 100 milhões. O prédio do Banco do Brasil ficou destruído. Entre os bandidos que foram mortos em confronto com a polícia no dia da ação criminosa, estava Edielson Francisco Lumes, o Dô ou Titi, irmão de Zé de Lessa, apontado como chefe do grupo, que está escondido no Paraguai. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), mais de R$ 45 milhões foram recuperados.

MAIS CASOS:

Após 11 dias do ataque ao centro de distribuição do Banco do Brasil de Bacabal, outra agência bancária da mesma instituição financeira foi alvo de ação criminosa. Na madrugada da última quinta-feira, 6, o Banco da Brasil (BB) situado na cidade de Humberto de Campos, a 92 km de São Luís, foi assaltada. Caixas eletrônicos foram destruídos, como parte do prédio. De acordo com informações policiais, o cofre da instituição bancária não foi levado. O caso está sendo investigado. Os criminosos, também, metralharam a 5ª Cia da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), que fica em Humberto de Campos. As paredes da fachada e o portão ficaram com marcas dos disparos das armas de fogo utilizadas pelos assaltantes.

Dados:

O Maranhão registra, neste ano, 22 ações criminosas contra agências bancárias, segundo dados do Sindicato dos Bancários. Do número total de investidas, foram 13

arrombamentos, três assaltos, quatro tentativas de assaltos/saidinhas e duas saidinhas bancárias consumadas. Conforme registros do Sindicato dos Bancários, o Banco do Brasil (BB) é alvo constante dos criminosos. Dos 22 casos contabilizados, 12 foram ataques a agências do BB, um percentual de mais de 50%. Em seguida, vem o Bradesco, com sete ataques; Caixa Econômica Federal, com duas investidas e, por último, o Santander, com um caso.

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