Estado dominado

Quadrilheiros desafiam polícia e explodem mais uma agência bancária no Maranhão

Desta vez, o alvo foi o Banco do Brasil em Humberto de Campos na madrugada de ontem; caixas eletrônicos e parte do prédio foram explodidos, e o quartel da PM foi metralhado

Daniel Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Agência do Banco do Brasil em Humberto de Campos que foi explodida na madrugada de ontem
Agência do Banco do Brasil em Humberto de Campos que foi explodida na madrugada de ontem (Banco do Brasil)

Humberto de Campos – Mais uma agência bancária foi alvo de criminosos no interior do Maranhão. Dessa vez, o Banco da Brasil (BB) situado na cidade de Humberto de Campos, a 92 km de São Luís, foi atacado por assaltantes na madrugada da última quinta-feira, 6. Caixas eletrônicos foram destruídos, como parte do prédio da instituição financeira. De acordo com informações policiais, o cofre da instituição bancária não foi levado. O caso está sendo investigado e, até o fechamento desta página, nenhum suspeito havia sido preso. Durante a ação criminosa, não houve registro de feridos. A quantia roubada não foi revelada.

Assim como aconteceu no ataque a agência do Banco do Brasil em Bacabal, no último dia 25 de novembro, audaciosos, os criminosos metralharam a 5ª Cia da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), que fica em Humberto de Campos. As paredes da fachada e o portão ficaram com marcas dos disparos das armas de fogo utilizadas pelos assaltantes.

Conforme as primeiras informações policiais, os assaltantes se dividiram em três grupos. Um desses ficou na entrada da cidade, outro foi para frente da 5ª Cia da PM e abriu fogo contra o quartel. O terceiro grupo foi para a agência bancária.

A Cidade de Humberto de Campos faz parte da região dos Lençóis Maranhenses e a agência bancária atende também clientes de municípios vizinhos.

Com esse caso, o Maranhão registra, neste ano, 22 ações criminosas contra agências bancárias, segundo dados do Sindicato dos Bancários. Do número total de investidas, foram 13 arrombamentos, três assaltos, quatro tentativas de assaltos / saidinhas e duas saidinhas bancárias consumadas. Conforme registros do Sindicato dos Bancários, o Banco do Brasil (BB) é alvo constante dos criminosos. Dos 22 casos contabilizados, 12 foram ataques a agências do BB, um percentual de mais de 50%. Em seguida, vem o Bradesco, com sete ataques; Caixa Econômica Federal, com duas investidas e, por último, o Santander, com um caso.

Segurança Pública precária:

Instituições que representam policiais civis, policiais militares e bancários informaram que os constantes ataques especializados a agências bancárias no Maranhão reflete a ineficiência da Segurança Pública. Em reportagem publicada na última quarta-feira, 5, Eloy Natan Silveira Nascimento, presidente do Sindicato dos Bancários, disse a O Estado que o governo estadual deveria investir mais em serviços de inteligência e também criticou a segurança oferecida pelos bancos. “Há uma falha por parte dos bancos, que não garantem a segurança dos profissionais que ali estão e dos clientes, mas também o Governo do Estado não investe em serviço de inteligência, em investigações mais preventivas. Uma quadrilha interestadual desse porte não chegou na cidade do nada, teve um planejamento. Há uma facilidade para os criminosos, porque o Estado é pouco vigiado. Acredito que há um baixo número de policiais civis e militares disponíveis, para manter a segurança e vigiar as cidades maranhenses. Além disso, deve haver mais policiamento, também, nas fronteiras”, sugeriu Nascimento.

Sinpol MA e a Aspommem também alertam sobre a ineficiência da Segurança:

Por meio de nota, o Sindicato dos Policiais Civis do Maranhão (Sinpol MA) destacou que em março deste ano a diretoria visitou a delegacia regional de Bacabal (que foi atacada por uma quadrilha no dia 25 de novembro), a 240 km de São Luís, e constatou o baixo efetivo e a falta de investimento em inteligência policial. Reiterou que tem denunciado o descaso do governo Flávio Dino para com a segurança pública, reafirmando que a atual gestão investe menos de 1% na Polícia Civil. A entidade denunciou, ainda, a perseguição que investigadores e escrivães sofrem dentro da instituição, embora trabalhem na legalidade.

A Associação dos Policiais Militares da Região do Médio Mearim (Aspommem) condenou a vulnerabilidade do policiamento e enfatizou que esses episódios de assaltos expõem a fraqueza do sistema de segurança pública, “notadamente em decorrência da falta de um sistema de inteligência eficiente, capaz de trocar informações e monitorar previamente a ação dos delinquentes, a m de evitar a ação”

Assalto em Bacabal:

No domingo, 25 de novembro, uma quadrilha invadiu a cidade de Bacabal, explodiu e assaltou a agência do Banco do Brasil (BB), fuzilou o quartel da Polícia Militar e uma delegacia de Polícia Civil. Durante a ação, três criminosos e um morador da cidade morreram. A polícia calcula que aproximadamente 40 pessoas participaram do roubo.

Os bandidos incendiaram veículos e zeram dezenas de moradores reféns. Dados ainda não confirmados indicam que os assaltantes teriam roubado cerca de R$ 100 milhões. O prédio do Banco do Brasil ficou destruído. Entre os bandidos que foram mortos em confronto com a polícia no dia da ação criminosa, estava Edielson Francisco Lumes, o Dô ou Titi, irmão de Zé de Lessa, apontado como chefe do grupo.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), mais de R$ 45 milhões foram recuperados.

Abordagens aos suspeitos:

Quatro homens suspeitos de envolvimento no assalto ao Banco do Brasil (BB), no dia 25 de novembro, em Bacabal, foram mortos em um confronto com a Polícia Militar (PM), na noite da última segunda-feira, dia 03, na cidade de Santa Luzia do Paruá, a 370 km de São Luís. Outros dez acabaram presos, sendo que alguns desses ficaram feridos, durante o cerco policial. Eles estavam sendo transportados em um caminhão-baú, onde foi encontrado armamento de grosso calibre e malotes com cédulas em real.

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