Caso Bardal

Polícia tem 10 dias para apurar o esquema de Thiago Bardal

Os suspeitos de participação no esquema liderado pelo delegado, que foram presos durante a operação Jogo Duplo estão sendo investigada pela Seccor e Gaeco

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Delegado Thiago Bardal quando chegava à delegacia para depor
Delegado Thiago Bardal quando chegava à delegacia para depor (Bardal)

SÃO LUÍS - A Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor), órgão da Secretaria de Segurança Pública (SSP), tem o prazo de 10 dias para encaminhar ao Poder Judiciário o inquérito policial que está investigando o ex-superintendente estadual de Investigações Criminais, delegado Thiago Mattos Bardal, o investigador de Polícia Civil João Batista de Sousa e os advogados Wether Ferraz Júnior e Ary Cortez Prado Júnior. Eles são acusados de extorquir integrantes de organizações interestaduais especializadas em roubo a instituições financeiras.

O delegado Roberto Wagner, superintendente da Seccor, informou que os advogados ainda na tarde de ontem seriam ouvidos sobre esse caso e no decorrer dos próximos dias ocorreria a oitiva do delegado Bardal e do investigador João Batista. A polícia continua analisando documentos e aguarda o resultado do exame pericial dos objetos apreendidos, como computadores e celulares.

Roberto Wagner disse ainda que esse trabalho investigativo está tendo o apoio de representantes do Ministério Público Estadual. Inclusive, os promotores de Justiça, que integram o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), estão acompanhando diretamente o inquérito policial. “Como há pessoas presas, então, temos o prazo de 10 dias para apurar esse caso e encaminhar o inquérito para a Justiça. Este prazo começou a ser contando desde quarta-feira”, explicou o delegado.

Investigação

A apuração, que culminou na Operação Jogo Duplo, foi requisitada pelo Ministério Público do Maranhão, após denúncias de criminosos apontando a participação do delegado Tiago Bardal como “mentor” de um esquema, com ligação com o chefe de um bando especializado de roubo a banco no país, Adriano da Silva Brandão, o Pânico ou General.

Segundo a polícia, de 2015 a 2016, Tiago Bardal e João Batista de Sousa Mendes extorquiam a quadrilha especializada em assaltos a banco, recebendo dinheiro para evitar a investigação e a prisão dos integrantes desse bando. O dinheiro era oriundo dos roubos. Em apenas um dos casos, eles teriam recebido R$ 100 mil.

A polícia também informou que a cobrança desse dinheiro, denominado de pedágio, seria realizada pelos advogados. Ao todo, a quadrilha teria cometido, no período, cinco assaltos a unidades bancárias em cidades do interior do Maranhão. Há possibilidade de mais profissionais da área de segurança pública estarem envolvidos nesse esquema.

Saiba mais

O nome da operação Jogo Duplo, segundo a polícia, foi denominado devido os suspeitos fazerem parte da área de segurança pública e estavam recebendo dinheiro do Poder Público e de criminosos, fazendo, portanto, um jogo duplo.

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