Na programação de ontem (20) da Feira do Livro de São Luís (FeliS), diversas atividades alusivas ao Dia da Consciência Negra foram preparadas para o público. As atividades foram realizadas em diversos espaços da feira e agradou àqueles que prestigiaram o evento. Na Feira Preta, espaço inédito nesta edição, além da literatura negra, acessórios e vestimentas típicas da cultura afro são disponibilizados para venda.
Em sua 12ª edição, a FeliS trouxe grandes nomes da literatura e do movimento negro como parte das atividades que celebram o Dia da Consciência Negra, como destacou a coordenadora da FeliS, Rita Oliveira. “Para a nossa felicidade, neste ano, a Feira do Livro está acontecendo justamente na semana em que se comemora o Dia da Consciência Negra e a Feira Preta está com uma programação especial em comemoração à data, mas diversos momentos estão acontecendo desde o início da FeliS e se estenderam até o domingo.
Entre as atividades que fizeram parte da programação de ontem, destacou-se a palestra realizada na Casa do Escritor, entre as 10h e 12h, com o tema “A oralidade como um instrumento de letramento na comunidade quilombola”, apresentada por Kelly Araújo, educadora popular e quilombola da comunidade Santo Antônio dos Pretos, em Grajaú.
No Café Literário, às 17h30, aconteceu também um bate-papo com o tema “Dia 20 – consciência negra e igualdade racial”, com a escritora convidada Lourdes Siqueira e os debatedores Francilene Cardoso (professora, bibliotecária, doutora em Serviço Social, Coordenadora do grupo de estudos sobre feminismo negro Marielle Franco) e Aurea Borges (professora, pedagoga e presidente do Conselho Municipal das Populações Afrodescendentes do MA).
Outras atividades também aconteceram no Espaço Juventude, com a esquete teatral “Conhecer o texto histórico em que o Maranhão foi criado e as influências das demais culturas”, roda de conversa sobre ativismo negro, com lançamento de livro e pocket show, contando com a participação do convidado nacional Gaspar Z'Àfrica Brasil (SP), e mediação de Preto Nando,
No Espaço Mulher foi promovido ainda uma roda de conversa com o tema “A Jovem Negra no Espaço de Poder”, com mediação de Cláudia Gouveia – Secretaria de Estado da Mulher (Semu) Às 19h tem o lançamento do livro '130 anos de (des)ilusão: A farsa abolicionista em perspectiva desde olhares marginalizados", de Luciano Góes (Vencedor do Prémio Jabuti, Mestre em Direito).
Além de toda a programação especial, no espaço Feira Preta permanecem disponibilizados para venda, durante todos os dias da FeliS, diversos adereços e acessórios afros, como brincos, colares, roupas e turbantes confeccionados por grupos de artesãos integrantes do movimento negro de São Luís, como ressaltou Vinólilia Andrade.
“A gente percebeu que, neste ano, houve uma revolução em relação a essa representatividade, porque, até então, nenhuma das edições anteriores da Feira do Livro apresentava um espaço dedicado à cultura negra. É uma oportunidade de mostrarmos o que produzimos. São peças coloridos que nós mesmos produzimos e que representam o povo negro”, destacou a artesã.
Quem visitou a 12ª Felis, viu no novo espaço a principal atração, como a funcionária pública Joucyara Miranda, que, pela primeira vez visitou a Feira do Livro e exaltou a importância de promover um espaço dedicado à cultura negra. “É uma iniciativa maravilhosa. Sendo negra, acho incrível essas ações que se dedicam a enaltecer e expressar a nossa cultura em meio a um cenário tão preconceituoso que, inevitavelmente, vivenciamos”, destacou.
Outras atividades
Além das ações promovidas pela Feira do Livro de São Luís, o Centro de Cultura Negra do Maranhão, localizado no Bairro do João Paulo, promoveu, em sua cede, o Cine Democracia. Ainda em homenagem à data, acontecerão outras atividades no decorrer da semana:
23/11 - Palestra “CNN, 40 anos de luta pela democracia racial” - Local: Sede da CNN - 18h.
24/11 - Lançamento do “Manual de orientação de leis de combate ao racismo contra o povo negro”, através do Projeto Vida de Negro; Ensaio AKOMABU - Local: Sede da CNN
Devido ao falecimento do familiar de um dos integrantes do Grupo de Dança Afro Malungos (GDAM), o tradicional show Zumbi Vive, que seria realizado ontem, foi transferido para a sexta-feira (23), às 18h, na Praça do Coxinho, no Bairro de Fátima.
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