Estado do Samba

Conversa com Josias Sobrinho

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Sempre muito citado, como um dos melhores compositores do Maranhão e referência enquanto músico e historiador, Josias Sobrinho chega de mansinho, tocando e cantando "De Cajari pra Capital". Assim começamos, em vídeo, mais um bom bate papo com esse ícone da nossa música.

JM - A que se deve esse respeito e sucesso no samba?

JS - O samba foi a música sempre presente em minha vida, desde garoto. Meu pai ouvia samba direto, mesmo estando em Cajari. Ouvi muito Noel Rosa, Ataulfo Alves, Lamartine, então, muito samba, e de qualidade. Devido a isso, a minha composição tem muito dessa influência. Eu não tenho tantos sambas assim, mas, os que tenho, parece que agradam (risos).

Por exemplo: De Cajari para a Capital, não foi composta pra ser um samba, Papete, foi quem resolveu gravar ela nessa pegada, no LP "Bandeira de Aço", sendo uma das primeiras composições que fiz, por volta de 1974.

JM - Mas, foi só o início, né? Pois, veio logo composição sua gravada nacionalmente.

JS - Exato. "Engenho de Flores", teve a regravação de Diana Pequeno, após ter cido gravada por Papete, em Bandeira de Aço. Hoje ela conta com mais de quarenta regravações, realmente é meu trabalho mais conhecido por todo o Brasil.

JM - Como você vê o samba no Maranhão?

JS - O samba pra mim é muito importante, principalmente por ser o berço da minha composição. Volta e meia, alguém sugere que o samba está morrendo ou parando. Eu não vejo assim. Vejo o samba como a música nacional, que se renova a cada dia. Hoje você tem o samba no mundo todo, no Japão, Itália, França, etc... tocado de forma corretíssima, não só por brasileiros. O samba se permite ser regional também, absorvendo a identidade local, sem perder sua essência. É muito simbólica a presença do samba em São Luís e acho até que deveríamos fazer um mapeamento dos grupos e artistas que trabalham o samba, pois, ele gera renda, é um trabalho como qualquer outro de sustento para diversas famílias. Muita gente nova, tocando nas noites e em shows. O samba não é só uma força cultural, é também uma força de trabalho. Só acho que temos compositores e músicos competentes, e, deveríamos criar mais, executar mais a nossa música.

JM - Além do samba e de sua música tão diversa, você também é produtor né?

JS - Eu quis fazer da minha música profissão, então, me enveredei por todos os caminhos dela. Compositor, interprete, trilha sonora pra teatro, cinema, também compus e até hoje o faço, para artistas que me pedem uma música. Fiz muitas parcerias, dentre elas, com Beto Pereira, que gerou um trabalho de grande sucesso e representatividade, chamado "Dança do tambor".

JM - Fala agora do seu novo trabalho.

JS - Como o título já diz, "Apanhado geral, um", é um passeio por músicas já consagradas e algumas inéditas, inclusive com uma participação do grande maestro e arranjador Zé Américo Bastos, muito prazeroso recebê-lo em "Catirina", "Rosa Maria" e "Três potes".

Espero que gostem do novo disco e absorvam a nossa música e os nossos músicos, que trouxeram para esse trabalho toda a garra e carinho, além da competência.

"Apanhado geral, um":

(Josias Sobrinho)

01-A primeira canção

02-Terra de Noel

03-Três Potes

04-Catirina

05-Rosa Maria

06-Pâo Geral(com Bandeira Tribuzzi)

07-Sinto muito

08-Pif-Paf - Participação de Cabeh

09-Cabocla de cena(com Beto Pereira)

10-Mandacarú Pedante

11-Onde está meu carneirinho

12-Dois em Dois - Voz de Cassiano Sobrinho

"Estado do Samba" agradece essa ilustre presença, que termina de forma muito agradavel com o seu violão e "Terra de Noel".

A entrevista completa você assiste na TV O Estado.

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