Cemitérios públicos de São Luís enfrentam dificuldades devido à falta de vagas para sepultamentos. No Cemitério do Gavião, no Centro, o mais antigo da capital, 17 mil túmulos encontram-se ocupados. A administração dos espaços busca estratégias para solucionar a questão e aguardam as visitas do próximo dia 2, quando o Dia de Finados é lembrado, para orientar famílias sobre adimplência com os espaços.

Na capital maranhense, nove cemitérios públicos, espalhados por diversos bairros da capital, atendem a população ludovicense. Para ter acesso ao serviço, com valores menores em relação aos espaços particulares, é preciso seguir alguns critérios. Apenas no Cemitério do Gavião, mais de 17 mil túmulos estão ocupados, muitos de forma inadequada. De acordo com a diretora-geral dos cemitérios públicos de São Luís, Maria Helena Estrela, muitas pessoas tentam burlar as regras.

“Para ter uma sepultura disponibilizada, uma das exigências é que a família não possua outras jazidas em cemitérios públicos da cidade, mas muitas vezes isso é ocultado. Alguns escondem por estarem inadimplentes, mas nós costumamos conversar, esclarecer e encontrar a melhor forma para resolver a situação”, explicou a diretora.

As famílias têm as opções de alugar um espaço ou comprar de forma definitiva. As sepulturas alugadas devem ser esvaziadas em um prazo de cinco anos, o que facilitaria a disponibilidade de novas vagas, mas não é o que acontece, conforme explicou Maria Helena Estrela.

“Se isso funcionasse, de acordo com a lei, nós não teríamos problema nenhum com vagas nos cemitérios. No cemitério da Vila Embratel, que foi aberto em 2000, o mais recente, nós fizemos, mais ou menos 10 anos atrás, muitos sepultamentos de natimortos. Então, são 18 anos sem pagamentos. Essas são as sepulturas que estamos reutilizando, em casos de necessidade”, esclareceu a diretora.

A estratégia, de acordo com Maria Helena Estrela, é aguardar as visitas do Dia de Finados para dialogar com familiares a fim de explicar a situação e encontrar a melhor forma de resolver o problema. O Estado manteve contato com a Prefeitura de São Luís para questionar as medidas adotadas para solucionar a questão, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

Dia de Finados
Para o dia 2 de novembro, o Cemitério do Gavião, assim como os demais cemitérios públicos de São Luís, já realiza reparos em estruturas danificadas e vandalizadas, repintura e limpeza de túmulos e organiza celebrações especiais, entre elas três missas na capela do cemitério.

Além disso, foi solicitada a presença do Corpo de Bombeiros, para reduzir os riscos de incêndios causados pelo acendimento de velas em locais impróprios. A Polícia Militar também foi convocada, visto que o contingente de pessoas costuma ser intenso nesta data. “Nós esperamos receber aproximadamente 20 mil visitantes durante todo o dia, mas, como a data será numa sexta-feira, há a probabilidade de muitas pessoas viajarem. Então, já esperamos muitos visitantes na semana que antecede o dia 2”, destacou Maria Helena Estrela.

Ministério do Trabalho
Outro ponto destacado pela diretora dos cemitérios públicos de São Luís refere-se a uma ação do Ministério do Trabalho realizada em conjunto com cemitérios do estado. Devido ao costume de visitantes contratarem menores de 18 anos para serviços de limpeza de túmulos, além da compra de flores e água, intensificada no Dia de Finados, o órgão chamou atenção para o combate a essas ações, caracterizada como crime. “Nós queremos alertar, tanto visitantes quanto pais de jovens e crianças menores de 18 anos, para que inibam estas atividades, pois nós contaremos com a Polícia Militar e com o Conselho Tutelar para impedir essas práticas”, afirmou Maria Helena Estrela.

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