Desassistência

Acometido por AVC, paciente não consegue leito para fazer cirurgia

Serígrafo Cássio da Silva Aguiar, 46, está internado na UPA da Cidade Operária desde a madrugada do último domingo, após passar mal, e ainda não saiu da unidade por não ter conseguido um leito

Daniel Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
UPA da Cidade Operária, onde serígrafo Cássio da Silva Aguiar está internado desde o domingo passado à espera de leito para fazer cirurgia
UPA da Cidade Operária, onde serígrafo Cássio da Silva Aguiar está internado desde o domingo passado à espera de leito para fazer cirurgia (UPA Cidade Operária)

SÃO LUÍS - Acometido por um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o serígrafo Cássio da Silva Aguiar, de 46 anos, aguarda por um leito em hospital da rede pública, em São Luís, para uma intervenção cirúrgica urgente, como recomenda o relatório médico. O paciente está internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Operária, na capital maranhense, desde a madrugada do último domingo (23), após passar mal, e ainda não saiu dessa unidade de saúde por não ter conseguido um leito.


Familiares do paciente estão revoltados com a falta de providência das autoridades. “Cássio foi levado à UPA na madrugada do domingo, depois que se sentiu mal. Foi atendido e ficou internado. Os médicos disseram que ele teve um AVC. Na segunda-fei­ra, o médico entregou o relatório, informando que ele precisa de uma cirurgia, pois está com um coágulo na cabeça. Mas, mesmo assim, até hoje encontra-se na UPA, porque não apareceu um leito, para ele ser submetido a cirurgia. Isso é muito triste. Não podemos brincar com saúde”, explicou Elcy Machado Rodrigues.


O Estado teve acesso ao relatório médico. Um trecho do documento classifica: “Paciente potencialmente grave”. Foi feita uma solicitação de leito, pela própria UPA, no Hospital da Mulher, situado no Anjo da Guarda, mas a resposta é que não há leitos disponíveis.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que acompanha o caso do paciente Cássio da Silva Aguiar, atualmente assistido pela equipe da UPA da Cidade Operária. A SES comunicou que o paciente é prioridade: tão logo haja disponibilização de leito procederá com a transferência deste.


Mais casos
Outro caso de desassistência registrado no Maranhão e de repercussão nacional foi o que aconteceu com a idosa Hilda Ferreira Barbosa, de 65 anos. Com problemas renais crônicos, Hilda morreu em frente ao Hospital Regional da Baixada Maranhense Dr. Jackson Lago, em Pinheiro, na noite da última quinta-feira (20).


De acordo com familiares, ela não recebeu atendimento médico e houve omissão de socorro pela unidade de saúde. A idosa retornava de uma sessão de hemodiálise em São Luís, quando passou mal e morreu, dentro do ônibus que transporta pacientes que fa­zem o tratamento na capital.


Pacientes que estavam no ôni­bus em que a idosa voltava de São Luís, testemunharam todo o caso. Um desses pacientes, em entrevista à TV Mirante, contou que o hospital foi comunicado que uma pessoa em estado grave estava a caminho. “Avisaram que estava precisando de um leito. Disseram que na hora que chegasse aqui era para procurar uma pessoa, que já estava autorizada para abrir o portão, para se internar”, relatou.


Quando o veículo chegou, a unidade de saúde estava fecha­da. “Ela chegou viva aqui e morreu na frente da porta do hospital”,disparou outro paciente que testemunhou a morte. O vigia, que preferiu não se identificar informou que não tinha recebido autorização, para permitir a entrada do ônibus. “Esse aqui é um hospital de porta fechada. Para entrar um paciente aqui, ele tem que está regulado. Essa situação tinha que ser repassada”, afirmou.

Nota da SES

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que acompanha o caso do paciente Cássio da Silva Aguiar, atualmente assistido pela equipe da UPA da Cidade Operária. A SES comunica que o paciente é prioridade: tão logo haja disponibilização de leito, procederá com a transferência deste.

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