SÃO PAULO - No fim dos anos 1960, o artista Andy Warhol disse que, no futuro, todos seriam famosos por pelo menos 15 minutos. A frase ganhou significado próprio e é cada vez mais evocada em tempos de internet, redes sociais e notoriedade instantânea. Mas a verdade é que fama e celebridade – como se conhece hoje – não são exclusividade do século XXI.
Em “A invenção da celebridade”, que chega às livrarias neste mês de setembro pela Civilização Brasileira, o historiador Antoine Lilti mostra que os mecanismos que elevam pessoas comuns a figuras públicas foram desenvolvidos na Europa, durante o século XVIII, bem antes de existir a indústria do cinema, a imprensa sensacionalista e a televisão.
Fake news e influencers parecem crias dos dias atuais, mas Lilti mostra que Voltaire foi vítima de manchetes falsas e Maria Antonieta estrelou fanfics eróticas – o autor mostra inclusive o nascimento do conceito de “fã”, ainda no século XVIII. Já George Washington e Napoleão Bonaparte, ele conta, vivenciaram um mundo político transformado pelas novas exigências da fama: não era suficiente desempenhar uma função pública de forma legítima; era crucial ser popular também.
O texto analisa o surgimento da cultura da celebridade e expõe as contradições suscitadas pelo apagamento das fronteiras entre vida pessoal, vida cultural e mercado, percebido na atualidade.
Sobre o autor
Antoine Lilti é diretor de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS). Atualmente pesquisa a construção historiográfica do Iluminismo no século XX, a ideia de Europa no século XVIII e a história sociocultural das formas de reputação. Além disso, investiga os usos literários da história e os métodos da história intelectual.
Ficha Técnica - A invenção da celebridade
(Figures publiques: l’invention de la célébrité)
Antoine Lilti
Tradução Raquel Campos
Páginas: 452
Preço: R$ 74,90
Editora: Civilização Brasileira | Grupo Editorial Record
Saiba Mais
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