SÃO LUÍS - O ano de 2018 ficará marcado por ter abrigado uma das maiores tragédias culturais da história brasileira. No dia 02 de setembro foi incendiado o Museu Nacional do Rio. A situação de descaso no Maranhão não parece ser muito diferente. Dos cerca de R$ 4 milhões previstos para restauração e conservação de bens culturais móveis e móveis (que inclui os museus) em 2017, mais de R$ 3,9 milhões foram gastos com “consultorias”.
Os museus do Maranhão
No Maranhão existem 15 museus cadastrados no site Mapa da Cultura, do Governo Federal. A maioria deles ligados aos Governo do Estado.
Dos 15 museus cadastrados no Mapa da Cultura, 12 estão localizados em São Luís. São eles: Museu de Arte Sacra, Museu de Artes Visuais, Museu da Árvore, Ecomuseu do Sítio do Físico, Museu Josué Montello, Museu Histórico e Artístico do Maranhão, Museu da Igreja do Carmo e da Província Capuchinha Nossa Senhora do Carmo, Museu da Fundação da Memória Republicana Brasileira, Cafua das Mercês (Museu do Negro).
Os outros três são o Museu Histórico de Carolina, localizado em Carolina e o único museu privado do estado; Museu do Sertão, em Balsas e Museu Arqueológico de São José de Ribamar, de São José de Ribamar.
Destes, apenas o Museu de Artes Visuais no Centro Histórico encontra-se fechado para reorganização de acervo. Os outros, segundo o governo, se encontram em pleno ou parcial funcionamento.
Muita consultoria e pouca reforma
Nos últimos anos, segundo informações do próprio Governo do Estado, foram reformadas dez unidades de cultura. Dessas, apenas uma pode ser caracterizada como museu. Ou seja: menos de 10% do total sofreram reforma na atual gestão.
A lei orçamentária de 2017 aprovada na Assembleia Legislativa garantiu cerca de R$ 4 milhões de reais. Dados da secretaria de cultura demonstram que R$ 3.9 milhões foram gastos apenas em consultorias. A Secretaria de Cultura foi procurada para dar informações sobre o orçamento, mas se resumiu a apresentar uma lista das casas que são vinculadas e do cronograma de reformas.
A situação dos museus
Não há ocorrências de tragédias envolvendo museus ou casas de cultura em São Luís nos últimos anos. No que diz respeito à prevenção, o Corpo de Bombeiros afirma realizar vistorias anuais em todos os anos nas instalações de museus da capital e do interior.
Apesar desses dados, o arqueólogo Deusdedit Filho, diretor do Centro de Pesquisa, Arqueologia e História Natural afirma que a situação está longe da ideal. “O problema é cultural, não é de agora e muito menos exclusivo de um lugar ou outro. Infelizmente a preservação de museus está longe de ser uma prioridade em nosso país”.
O arqueólogo estagiou há cerca de 25 atrás no Museu Nacional. Para ele, a tragédia do último dia 2 de setembro não foi uma surpresa. “Desde quando eu estagiei lá era visível o estado de degradação do lugar. E quem acompanha a situação sabe que não foi um fato isolado”, relatou.
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