Precariedade

Sucateamento e insegurança na Rodoviária de São Luís preocupam quem trabalha no terminal

Comerciantes e taxistas amargam prejuízos e exigem mais policiamento e uma reestruturação do equipamento rodoviário; Movimento de passageiros está cada vez mais baixo

Daniel Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Maioria das torneiras dos banheiros não está funcionando
Maioria das torneiras dos banheiros não está funcionando

SÃO LUÍS - Indignados e apreensivos com a infraestrutura precária e a onda de violência que afeta a o Terminal Rodoviário de São Luís, comerciantes e taxistas que trabalham no espaço amargam prejuízos e exigem mais policiamento e reestruturação do equipamento rodoviário. Conforme os trabalhadores, o movimento de passageiros está cada vez mais baixo. Banheiros deteriorados, iluminação ineficiente, assaltos e uso de entorpecentes nas dependências da rodoviária são uma das problemáticas relatadas a O Estado.

Vítima de assalto enquanto trabalhava em um dos boxes da Rodoviária de São Luís, a vendedora Antônia de Sousa Silva teve o celular roubado. "Um rapaz, até bem vestido, chegou aqui dizendo que precisava fazer uma ligação. Emprestei o meu celular a ele, quando me deparei ele correu. Não tem policiamento e ficamos reféns dos criminosos. Ainda tentei pegar as imagens da câmera de segurança da administração, mas disseram que não teriam como ceder. Cheguei a ver ele novamente por aqui próximo, mas não o alcancei. Agora, fiquei sem meu celular", relatou.

"De fato, não há um bom policiamento na Rodoviária. Se a gente 'cochilar', os criminosos furtam e roubam o que vêem pela frente. Aqui na loja, já levaram objetos. É muito difícil para nós comerciantes, que dependemos das vendas para ter o nosso pão na mesa", disse Emanuele Magalhães, proprietária de um boxe que vende produtos de artesanatos, entre outras variedades.

[e-s001]Dois policiais militares estavam escalados, para manter a segurança da Rodoviária de São Luís, que tem todas as suas laterais abertas. De acordo com o gerente do terminal, Marcos Pereira, são apenas dois PMs por plantão. "São dois policiais militares o dia todo e dois para a noite. Realmente é um efetivo muito baixo. O ideal também é que quando alguém for vítima de criminosos, formalize um boletim de ocorrência, para que a administração tenha respaldo na hora de solicitar mais policiamento. Sobre a infraestrutura precária, Marcos Pereira disse que aguarda o processo licitatório, para que a empresa que administra possa executar obras mais concretas no terminal, como por exemplo, cercar as laterais e reformar os banheiros, que está com a sua estrutura arruinada.

"Até hoje, aguardamos a licitação, para selecionar uma nova empresa para administrar a Rodoviária de São Luís ou que a RMC Comércio Serviços continue, mas melhore a nossa situação. Tudo isso é culpa do Governo do Estado, que não faz nada. Enquanto isso, vivemos aqui com prejuízos, porque esses problemas afastam os passageiros, que estão preferindo o transporte alternativo e as pessoas que vêm de outros Estados não se sentem bem, e sem esquecer da insegurança. É assalto, furto, uso de drogas…" disparou Rosanira Lopes, presidente da Associação dos Permissionários da Rodoviária de São Luís.

O Estado verificou que um boxe tinha duas câmeras de segurança particular instaladas. "Estava acontecendo muitos furtos aqui, por isso a dona preferiu instalar essas câmeras, para ver se intimidava os criminosos", revelou uma comerciante que preferiu não se identificar.

"Nós taxistas já não sabemos mais o que fazer. Qualquer tipo de carro particular entra aqui e oferece serviço. Tem até um posto clandestino aí na frente. Os passageiros estão "sumindo". A Rodoviária de São Luís necessita de uma reestruturação e uma nova administração. As pessoas fazem o que querem aqui. É um local sem normas e muito aberto", finalizou o taxista Wellington Lima Silveira, de 62 anos, que trabalha há dois anos na Rodoviária.

[e-s001]rocurado pelo O Estado no dia 25 de junho deste ano, para saber sobre o processo licitatório, o Governo do Estado, por meio da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) informou que aguarda decisão judicial para continuidade do processo licitatório. A MOB ressaltou que a licitação foi adiada a partir do mandado de segurança impetrado por uma das empresas licitantes, na véspera do certame, solicitando alterações no edital. A licitação está suspensa até que o Poder Judiciário analise o mérito do pedido ou até que o recurso que o Estado interpôs altere a decisão judicial.

O Estado fez o contato novamente com o órgão, para saber um novo posicionamento sobre a licitação e também em relação a insegurança, mas até o fechamento desta edição não houve respostas.

SAIBA MAIS:

Situada no bairro do Santo Antônio, em São Luís, o Terminal Rodoviário é totalmente aberto e se tornou uma passagem para moradores da região cortar o caminho de casa. A movimentação é intensa. Além disso, é constante a presença de pedintes.

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