Decisão

TRT considera ilegal greve em empresas de ônibus em SL

Ontem, o Sttrema impediu a circulação de 100% da frota da empresa Matos, contrariando decisão judicial; ônibus devem retornar nesta quarta-feira

Daniel Júnior/ O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Ônibus não sairam da garagem na empresa Matos nesta terça-feira (3)
Ônibus não sairam da garagem na empresa Matos nesta terça-feira (3) (greve empresa ônibus)

SÃO LUÍS - O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) considerou ilegal e abusiva a paralisação deflagrada ontem (3), pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Maranhão (Sttrema) no Consórcio Upaon-Açu Ltda - integrado pelas empresas Rio Negro, Speed Car, Viação Patrol, Matos, Viper e Planeta.

De acordo com o TRT, não ocorreram negociações entre o sindicato e o consórcio antes da deflagração da greve pelos trabalhadores. Os ônibus do consórcio devem circular nesta quarta-feira (4), com 100% da frota de 236 veículos transportando 126 mil passageiros por dia.

Na terça-feira (3), os trabalhadores impediram a circulação de 50% da frota da Autoviária Matos, em desacordo com determinação do TRT, com manifestação em frente da garagem da empresa, no Bairro de Fátima. Os ônibus atendem aos bairros Cidade Olímpica e Cidade Operária. Durante ato, um coletivo foi atingido por uma pedrada.

O Sttrema alega que as empresas consorciadas estão atrasando o pagamento de salários, planos de saú­de e odontológico e por esses motivos os motoristas e cobradores decidiram cruzar os braços, como forma de protesto e abrir negociação com as empresas.

Nota

Em nota divulgada ontem (3), o consórcio afirmou que repudia qualquer tentativa de agressão ou ameaça ao patrimônio das empresas, ao mesmo que considera como afronta a ação promovida pelo sindicato, que "difama e despreza decisões judiciais" ao não atender decisão liminar da Justiça.

Ainda segundo a Upaon-Açu, a Autoviária Matos foi impedida de cumprir a determinação judicial e o Sttrema optou pela "desordem e encenação contra a vida dos próprios associados, já que a manifestação não contava com o apoio dos próprios trabalhadores".

"A frustração do sindicato está ligada a questões de negócios com os benefícios do que exatamente direitos trabalhistas. O Sttrema defende e cobra que as empresas tenham somente um plano de saúde, indicado pelo sindicato, o que vai de encontro à liberdade das empresas buscarem planos melhores e às vezes mais baratos que os indicados pelos trabalhadores.

Nestas circunstâncias, todos ganham. Querer passar a imagem de uma “luta de classes” é ação ultrapassada há décadas. Hoje existem as instituições para mediar os problemas. A reiteração das práticas de piquete nas portas das garagens virou um abuso extremo e, por isso, a greve foi agora declarada ilegal pelo TRT no processo 0016204-26.2018.5.16.0000. Os ônibus voltam a circular normalmente com 100% da frota", diz a nota do Consórcio Upaon-Açu.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.