SÃO LUÍS - O Hospital Nina Rodrigues, localizado na Avenida Getúlio Vargas, no Monte Castelo, é referência no atendimento psiquiátrico no Maranhão. No entanto, familiar de paciente em tratamento relata problemas estruturais que afetam o atendimento e a segurança de quem está no local. Pedras soltas em diversas áreas tornam-se armas nas mãos de internos, além de faltarem leitos para atendimento e espaços recém-reformados estão abandonados.
O aposentado José de Ribamar Rabelo leva o filho há mais de 20 anos para atendimentos emergenciais e diversas vezes foi orientado a voltar para casa devido à falta de leitos. “Eles querem dar injeção no paciente e mandar para casa. Nós já chegamos a passar três noites lá, eu em pé e ele deitado no chão, para não ter que levar para casa antes do tempo, porque a gente sabe que a pessoa não está bem”, relatou.
Ainda segundo o aposentado, houve uma reforma em um dos prédios e vários leitos foram instalados. Apesar dos problemas para atendimento, até o momento ele está inativo. “Tem um prédio que foi todo restaurado. Está cheio de leitos, mas abandonado. Fizeram por fazer”, destacou.
Outro ponto denunciado pela família do paciente diz respeito às pedras que ficam soltas na área livre do hospital. O espaço fica entre o prédio abandonado e a quadra poliesportiva, próximo à área de emergência. Ele relatou que já houve casos em que pacientes utilizaram pedras como armas em momentos de crise, oferecendo risco aos demais internos, acompanhantes e funcionários.
“Já quebraram até vidro de carro lá. Uma vez, um rapaz quebrou três. Tem paciente que chega alterado e corre para pegar pedra e quem acompanha precisa ter cuidado para não acontecer algo mais sério”, ressaltou José de Ribamar.
Triagem
O Hospital Nina Rodrigues dispõe de ambulatórios para transtorno de ansiedade e de humor e de psiquiatria infantil e geriátrica. Os pacientes passam por triagem na urgência. Quando diagnosticados, são encaminhados para o tratamento, e os casos mais sérios são acompanhados nos serviços ambulatoriais. De acordo com o site oficial do Governo do Estado, outros dois espaços estão em funcionamento desde março de 2017, atendendo às especialidades de esquizofrenia refratária e transtorno de personalidade. Conforme a denúncia da família, esse espaço corresponde ao prédio que atualmente está abandonado.
Outro lado
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que o Hospital Nina Rodrigues recebe obras de reparos e manutenção, em que estão incluídas as áreas do calçamento e entrada de veículos. Quanto aos leitos, a SES esclarece que a unidade recebe uma demanda de casos judiciais, em sua maioria de pacientes cujo estado de saúde demanda prolongado período de internação, dificultando a rotatividade de leitos.
A secretaria informa, ainda, que não há prédio abandonado na área do Hospital Nina Rodrigues.
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