Dia do Meio Ambiente

Descarte incorreto do plástico causa impactos para a saúde humana

Estudos apontam que partículas do material, comum no planeta e em contato com alimentos, como peixes e vegetais, podem trazer malefícios, como câncer; prossegue hoje na UFMA a II Semana do Meio Ambiente

Thiago Bastos/Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

SÃO LUÍS - Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Estudos sobre o tema apontam que o descarte incorreto de materiais na natureza, como o plástico, por exemplo, causa impactos negativos na saúde humana. Segundo pesquisas desenvolvidas pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), os chamados nanoplásticos, que são pequenas partículas de plástico, caso estejam nas fontes hidrográficas do planeta e sejam ingeridos por peixes podem suscitar ao aparecimento de doenças cancerígenas, caso o alimento seja consumido em média e larga escala.

Estes e outros assuntos foram discutidos ontem,4, na instituição pública de ensino superior em evento denominado II Semana do Meio Ambiente, que acontecerá até amanhã, 6, no Campus do Bacanga, cujo tema este ano aborda as “ações de sustentabilidade em São Luís”. Uma delas, executada pela UFMA, prevê a promoção de uma política em todos os campi da universidade e que engloba a participação de funcionários do setor administrativo, professores e alunos. A ideia é diminuir a quantidade de produtos descartados de qualquer forma na natureza.

“Estudos comprovam, por exemplo, que dez milhões de toneladas de lixo no mundo são descartadas nas fontes marítimas. Trata-se de um dado alarmante e que chama a atenção para a possibilidade de malefícios para futuras gerações de São Luís e de outras partes do mundo”, afirmou o professor do Departamento de Química da UFMA, Fernando Carvalho Silva.

Segundo o docente, que mediou na II Semana do Meio Ambiente uma mesa-redonda para discutir os impactos socioeconômicos e ambientais dos micro e nanoplásticos, existe somente uma maneira de solucionar o problema e evitar a perda de cardumes e plantações, a partir do contato com materiais com potencial tóxico. “ O ideal seria o reaproveitamento integral do plástico. Não há outra maneira. O uso responsável do plástico, por exemplo, minimiza o problema, mas não o soluciona. É preciso investir, de fato, em uma política séria de reaproveitamento deste material, envolvendo toda uma cadeia produtora que vão desde a indústria, passando pelos cidadãos”, afirmou Fernando Carvalho.

Exemplos de descarte incorreto de materiais plásticos são visíveis em vários pontos de São Luís. Às margens do rio das Bicas, O Estado registrou na tarde de ontem,4, várias garrafas pet jogadas no local sem qualquer preocupação com os impactos. A reserva hidrográfica, aliás, é grande fornecedora de peixes e camarões para a comunidade ribeirinha do Sá Viana.

Solução

Além do reaproveitamento do plástico, outra solução para o caso é a diminuição gradativa no consumo do material. Países como o Canadá e Reino Unido já têm restrições ao microplástico na fabricação de produtos, como pastas dentais e esfoliantes. No Brasil, essa restrição ainda ocorre de forma tímida.

Programação

Hoje,5, a II Semana do Meio Ambiente terá continuidade com a realização de palestras, mesas-redondas e outras atividades. Dentre as atrações, está previsto, a partir das 10h, no auditório Central da UFMA, um treinamento sobre coleta seletiva.

Frase

“Estudos comprovam, por exemplo, que dez milhões de toneladas de lixo no mundo são descartadas nas fontes marítimas. Trata-se de um dado alarmante e que chama a atenção para a possibilidade de malefícios para futuras gerações de São Luís e de outras partes do mundo”

Fernando Carvalho Silva,

Professor do Departamento de Química da UFMA

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