Consumo

Brasileiros terão ceia de Natal mais barata este ano

É o que revela a Fundação Getúlio Vargas conforme pesquisa divulgada ontem; os itens que compõem a ceia de Natal ficaram 7,68% mais baratos do que no ano passado, e abaixo da inflação média

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Além da cesta de natal mais barata, alguns presentes também tiveram redução de preço
Além da cesta de natal mais barata, alguns presentes também tiveram redução de preço (Além da cesta de natal mais barata, alguns presentes também tiveram redução de preço)

BRASÍLIA - A ceia deste Natal dos brasileiros vai ser mais farta e mais em conta, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV revela que os itens que compõem a ceia de Natal ficaram 7,68% mais baratos do que no ano passado, e abaixo da inflação média registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor-10 da FGV no acumulado de janeiro a dezembro deste ano (3,24%).

O economista do Ibre e coordenador do IPC da FGV, André Braz, confirmou que a cesta de alimentos recuou tanto porque 2017 foi um ano bom para a agricultura, teve oferta grande de alimentos. “Com a oferta garantida, o preço não sobe muito. Então, devolveu parte daqueles aumentos acumulados em 2016, onde a mesma cesta subiu mais de 10%. Este ano, foi a vez da devolução e boa parte dela veio nesse resultado, com essa queda de mais de 7%”, observou Braz.

Segundo o economista, não vai haver muita dificuldade para as famílias comprarem produtos para a ceia. Destacou, entretanto, que para as pessoas que perderam o emprego e estão vivendo o drama da recessão, não adianta os preços ficarem mais baixos, porque não têm como comprar.

Entre os itens natalinos que apresentaram maiores quedas de preço, o levantamento da FGV salienta as frutas, com menos 13,86%; farinha de trigo (-12,83%); bacalhau (-12,31%); arroz (-11,25%); batata-inglesa (-9,32%). Em contrapartida, os maiores aumentos foram apurados em lombo suíno (+6,58%), cebola (+5,60%) e vinho (+5,11%).

Presentes

A cesta de presentes mais comuns no período natalino subiu somente 0,67%, o que pode estimular mais compras por parte dos consumidores. “Subiu pouco, perdeu para a inflação e isso, para quem fez economia para comprar presentes, é o melhor negócio. É uma fase em que as pessoas consomem um pouco mais, tem o décimo terceiro”.

André Braz advertiu, porém, que, para aqueles que não se prepararam ou que têm outras prioridades para presente, é momento de se provisionar um pouco, porque ainda que os indicadores mostrem que a economia está se aquecendo, o crescimento é lento e o desemprego ainda está elevado. “É melhor fazer uma garantia e gastar pouco com presentes para driblar melhor esse período de recuperação da atividade econômica”, recomendou.

Apesar de alguns artigos eletroeletrônicos e eletrodomésticos, como aparelho celular, forno elétrico e de micro-ondas, terem apresentado quedas expressivas de preços (6,57% e 4,16%, respectivamente), Braz destacou que as pessoas não devem ir com muita ânsia às compras. “O momento não é muito convidativo e a gente ainda tem um período longo de recuperação, que deve durar em torno de um ano e meio a dois anos”, ponderou.

Para quem se preparou e está pensando em presentear alguém com um item novo, o economista avaliou que está tudo bem; faz parte do movimento do Natal. Mas sublinhou que preços promocionais ocorrem toda hora. O mais interessante para ele, no momento, é a pessoa provisionar algum dinheiro para momentos difíceis. “Enquanto a economia está retomando, ainda há risco de alguns brasileiros sofrerem com desemprego ou prolongarem a situação de desempregados. Então, é bom ter uma reserva para driblar esses momentos”.

De acordo com o levantamento do Ibre-FGV, vestuário subiu 0,66%, com destaque para calçados infantis (alta de 5,67%). Já a variação de acessórios do vestuário foi positiva em 3,82%, destacando bijuterias em geral, que subiram 7,07% este ano. O item livros, artigos esportivos e jogos teve alta de 1,09%. Nesse item, a maior variação positiva foi encontrada em jogos para recreação (4,29%), enquanto a maior deflação foi encontrada em bonecas (-3,91%).

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.