Saúde

Para melhorar a vida de pacientes que têm a doença de Alzheimer

Medicamento que ajuda a retardar avanço dos sintomas da doença tem nova apresentação em gotas e favorece quem tem dificuldade de deglutição

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
(Alzheimer)

SÃO PAULO - Em todo o mundo existem cerca de 47 milhões de indivíduos acometidos pela demência e, a cada ano, surgem 9.9 milhões de novos casos. Hoje, a principal causa de demência na terceira idade é a doença de Alzheimer (DA), responsável por 60% e 70% dos casos, indicam dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, o Alzheimer já atinge 1.2 milhão de pessoas de acordo com a Academia Brasileira de Alzheimer.

Com o aumento da expectativa de vida no país, estima-se que a população acima dos 65 anos cresça nos próximos anos. O que contribui para que a sociedade como um todo e a classe médica dediquem mais atenção ao Alzheimer. Este que já é considerado um dos grandes problemas de saúde pública mundial.

Uma boa notícia para o tratamento da patologia no Brasil é a chegada de uma nova apresentação do cloridrato de memantina, a primeira memantina gotas do mercado nacional. Trata-se de uma solução oral indicada para a doença de Alzheimer de moderada à grave e que age diretamente na progressão dos sintomas da doença. Entre os diferenciais da terapia está a posologia que ajuda aos pacientes que possuem dificuldades de deglutição. O que favorece a adesão ao tratamento.

O Paulo Caramelli, neurologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais explica que um dos sinais mais comuns do Alzheimer é a perda da memória recente, na qual o indivíduo tem dificuldade de guardar fatos ocorridos no dia-dia, porém episódios do passado algumas vezes são preservados.

“A doença possui três fases (leve, moderado e grave) e existem situações em que o paciente esquece o nome de pessoas, objetos, palavras e, dependendo do estágio que se encontre, há uma mudança de comportamento mais acentuada com sinais de depressão, apatia e agressividade. A demência causada pelo Alzheimer tem consequências no físico, psicológico e social do indivíduo”, esclarece Caramelli.

O Alzheimer é uma doença lenta e progressiva que afeta diretamente o cérebro e leva a degradação e morte dos neurônios, causando um comprometimento da função cognitiva, ou seja, um impacto na memória, linguagem, orientação, compreensão e pensamento. No início, algumas áreas são atingidas e num período de dez anos todo cérebro é acometido pela patologia. Além disso, pode ocorrer degradação do controle emocional e social.

Caramelli recomenda ainda que os cuidadores fiquem atentos ao comportamento do paciente e, caso notem sinais diferentes relacionados a memória, que busquem um especialista para que sejam feitos exames de diagnóstico - laboral ou de neuroimagem (ressonância magnética ou tomografia computadorizada) – para ter certeza sobre o Alzheimer.

Qualidade de vida do paciente e o papel da família

Com o avançar do Alzheimer, o paciente torna-se cada vez mais dependente de cuidadores e familiares, tendo a necessidade de estar sempre acompanhado em sua rotina diária. Desde a hora que acorda, durante as refeições, na realização da higiene pessoal e nos momentos de lazer, sempre deve ter alguém próximo para auxiliar.

Por este motivo, o especialista destaca a importância dos familiares para entender e ajudar seu ente querido nesta fase delicada em que a memória está se perdendo.

“Na maioria das vezes, os cuidadores fazem parte do seio familiar, são cônjuges, filhos (as), netos (as), noras e genros. Para todos, é necessário que haja paciência, dedicação e amor, pois os indivíduos acometidos pela doença não fazem ideia da gravidade do problema e não conseguem ter autonomia. Estimular a conversa, a realização de jogos de memória e a interação diária são fundamentais para o bem viver. O esforço coletivo é a maneira mais adequada para possibilitar uma melhor qualidade de vida para esses pacientes”, finaliza o neurologista.

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