Vendas no comércio

Sete em cada 10 ludovicenses irão às compras neste Natal

Levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Maranhão (Fecomércio-MA) indica que 69,6% dos consumidores estão propensos a comprar, o que reflete em otimismo para o varejo local

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
(Compras Natal)

A pesquisa de intenção de consumo para o Natal, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA) indicou que 69,6% dos consumidores de São Luís pretendem ir às compras neste fim de ano, o que representa sete em cada 10 pessoas dispostas a consumir em função das festividades natalinas.
Além disso, para este ano o número de ludovicenses que afirmam que não irão às compras no período foi de apenas 15,8%, demonstrando um recuo de 24% entre as pessoas pessimistas em relação ao consumo na comparação com o mesmo período de 2016. Ou seja, um em cada quatro entrevistados que afirmava que não iria às compras no Natal do ano passado deixou essa condição de limitação de gastos.
Por outro lado, o número de consumidores indecisos com relação ao consumo atingiu a marca de 14,6% este ano, o que equivale ao dobro do índice do ano anterior e demonstra que parte da população permanece reticente em relação às compras em datas comemorativas e aguarda a melhoria efetiva das condições de renda para retomar os níveis de consumo.
“As condições atuais da economia com a queda de juros, inflação baixa e saldo positivo no mercado de trabalho favorecem a retomada do fôlego no comércio varejista, aumenta a confiança dos consumidores e empresários, e contribui para uma percepção mais positiva quanto às vendas de fim de ano. No entanto, a nossa pesquisa mostra que após dois anos de recessão econômica e nesse momento de recuperação gradativa da economia, os consumidores permanecem prudentes quanto ao número de itens para presentear e em relação à contratação de dívidas de longo prazo nesse período”, explicou o presidente da Federação do Comércio do Maranhão, José Arteiro da Silva.
Outra condição que deve trazer otimismo para o comércio nesse período, além do expressivo índice de intenção de consumo, é a predisposição dos consumidores para os gastos com a data. De acordo com a pesquisa, o valor médio do presente para o Natal deste ano é de R$ 140,00, crescimento de 12% nas intenções de gastos em relação a 2016. Já o valor médio geral das compras, englobando aqueles consumidores que pretendem comprar mais de um presente e também os gastos com as comemorações, foi calculado em R$ 328,00, representando um avanço de apenas 0,31% na comparação com o ano passado.

Perfil do consumidor
Na definição do perfil do consumidor para o Natal deste ano, a pesquisa mostra que as mulheres, com 71,1% de intenção de consumo, aparecem mais predispostas às compras do que os homens, que indicaram 67,9% de predisposição de consumir.
Em relação à faixa etária do consumidor, o maior nível de intenção de consumo foi registrado entre aqueles com idade de 21 a 35 anos, com 70,9%. Completam o perfil do consumidor mais otimista para as compras neste Natal as pessoas com ensino superior completo, com 80,3% de intenção de compras, e os consumidores com renda familiar mensal superior a seis salários mínimos, com 93,2%.
Em relação aos gastos, percebe-se que os homens estão mais dispostos a gastar com a compra do presente, com média de R$ 147,00, contra R$ 137,00 calculado para as mulheres. No entanto, no valor geral das compras, incluindo a comemoração, as mulheres se mostram mais intencionadas aos gastos, com média de R$ 344,00 contra, R$ 315,00 indicado para os homens.
Utilizando-se por base apenas o valor médio do presente, que foi o índice com maior crescimento na comparação anual, verifica-se que o perfil do consumidor que deverá investir mais na compra do presente é constituído pelas pessoas na faixa etária de 21 a 35 anos (R$ 147,00), com ensino superior completo (R$ 153,00) e renda familiar mensal superior a seis salários mínimos (R$ 154,00).

Cauteloso e seletivo
Segundo a pesquisa, 28% dos entrevistados afirmam que pretendem comprar apenas um produto e 27,4% dizem ter a intenção de adquirir até dois itens para presentear. Para este ano, somente a parcela dos consumidores que pretendem comprar apenas um produto cresceu 48,9% na comparação com o Natal de 2016.
Ano passado, a procura por presentes estava mais diversificada, mas em itens de baixo valor agregado, já que 51,7% dos entrevistados naquela época tinham a intenção de comprar três ou mais presentes.
Para a Fecomércio-MA, os dados relacionados aos gastos e à quantidade de produtos demonstram o perfil de consumidor mais cauteloso e seletivo quanto aos presentes deste fim de ano. “Nossa pesquisa mostra que 55,4% das pessoas, ou seja, mais da metade dos ludovicenses dispostos ao consumo neste Natal, deverão concentrar suas despesas em poucos presentes, elevando com isso o valor desse item em relação ao ano anterior”, destacou José Arteiro da Silva.
Nessa perspectiva de concentração das despesas, a pesquisa mostra que as crianças serão as principais beneficiadas com presentes de Natal, uma vez que os brinquedos assumiram a liderança nas intenções de compras com 54,2% das indicações dos entrevistados, uma aceleração de 71,5% em relação ao passado quando ocupava a segunda posição na lista de preferência dos consumidores.
O segundo lugar deste ano ficou com os calçados com 28,4% das escolhas, seguido dos artigos de vestuário com 20,5%. Os calçados também experimentaram um crescimento de 27,9% na comparação anual, enquanto os itens de vestuário recuaram para apenas um terço das escolhas apresentadas em 2016.
Outros produtos de alto valor agregado, tais como aparelhos de som e imagem, celulares, smartphones, eletroportáteis, relógios, joias, eletrodomésticos, computadores, notebooks e tablets, somaram 25,6% da preferência deste ano, ou seja, um em cada quatro consumidores deverão optar por esses produtos mais caros.
No ano passado essa demanda representava apenas 6,4% dos consumidores, ou seja, tem-se em 2017 uma procura quatro vezes maior por esses tipos de produtos, reflexo da demanda reprimida nos últimos dois anos em função da crise econômica que abalou o poder de compra da população, mas que já apresenta sinais claros de recuperação nos últimos meses deste ano.

Maioria irá celebrar a data em casa ou com parentes

O estudo apontou que 92,7% dos entrevistados pretendem celebrar o Natal de alguma forma, índice que é 4,2% maior do que o ano passado. Por ser uma data prioritariamente que acontece em família, do total de pessoas dispostas a comemorar, 82,1% afirmam que deverão celebrar em casa ou na casa de parentes.
Embora represente a maioria expressiva dos consumidores, as intenções de permanecer em casa no Natal recuaram 10,9% em relação a 2016, abrindo espaço para a comemoração em outros locais, tais como viagens (5,6%), shopping (3,1%), igreja (2,7%), praia ou clube (2,6%) e restaurantes (2,5%).
Quanto ao dia em que o consumidor planeja ir às compras, a pesquisa mostrou uma preferência pela quarta-feira (22,8%), segunda-feira (18,1%) e sexta-feira (16,4%), o que demonstra uma tentativa dos ludovicenses em evitar neste ano os períodos de fim de semana.
Além disso, o estudo também mostrou quais motivos que influenciam efetivamente a decisão do consumidor na hora da compra. Para a maioria dos entrevistados, as promoções (53,3%) é o aspecto que mais atrai a atenção e contribui para a escolha do local para compra dos presentes.
Outras fatores identificados são os preços (35,4%), as vitrines (24,6%), a variedade dos produtos (20,5%) e a recepção dos vendedores (19,0%).

68,3% deverão optar por pagar os produtos à vista

Quanto à forma de pagamento, 68,3% dos consumidores deverão optar pela modalidade à vista, com destaque para a utilização do dinheiro em espécie (60,5%) sobre o cartão de débito (7,8%). Em segundo lugar ficou a opção pelo cartão de crédito, com 35,6% das indicações dos consumidores. Na comparação com 2016, a tendência pelo uso do dinheiro no comércio para a compra dos produtos natalinos avançou 13,7%, enquanto a preferência pelo uso do cartão de crédito recuou 8,2%.
Esse fenômeno está ligado ao momento gradativo de recuperação da renda das famílias após dois anos de recessão econômica que atingiu diretamente o mercado de trabalho. Levando-se em consideração o acumulado dos últimos 12 meses até setembro, a capital maranhense ainda apresenta um saldo negativo de -3.878 postos de trabalho, embora nos últimos meses tenha apresentado sucessivos números positivos no saldo de criação de vagas com carteira assinada, com destaque para os meses de maio (+450), junho (+268), julho (+52), agosto (+831) e setembro (+419), fazendo com que as famílias ludovicenses alcançassem a recuperação de parte da renda.
Assim, o reflexo desse movimento de corrosão da renda experimentada nos anos de 2015 e 2016 e posterior recuperação em 2017 gerou um sentimento de prudência no consumidor com relação à contratação de novas dívidas de longo prazo neste momento, uma vez que ainda persiste certa insegurança quanto ao futuro do emprego e da renda.
A opção pelo uso do cartão de crédito neste momento está mais direcionada aos consumidores com idade de 21 a 35 anos, que demonstraram 40,7% de intenção de utilizar essa modalidade de pagamento, as pessoas com ensino superior, com 36,4%, e aqueles com renda familiar mensal de 3 a 6 salários mínimos, com 38,1%. Isso demonstra que a preferência pela utilização do crédito e pelo endividamento neste momento está fortemente alicerçada naqueles consumidores com uma renda mais estabilizada e perspectivas profissionais mais favoráveis.

Locais
Esse cenário de tendência de comprar menor variedade de produtos, mas com valores mais altos do que no ano anterior, gerou um potencial acirramento na concorrência entre as lojas localizadas em shopping centers e as lojas situadas no Centro Comercial da cidade.
O levantamento demonstrou que 38,9% deverão optar pelos Shoppings e 38,3% pelas lojas do Centro, sendo que ambos os locais apresentaram retração nas intenções de compras na comparação com 2016 de 12,6% e 4,5%, respectivamente. Por outro lado, as lojas de rua, lojas de bairro ou galerias comerciais com 18,5% das indicações dos consumidores e os supermercados com 8,6%, experimentaram acelerações respectivas nas preferências deste ano de 19,4% e 22,9%, destacando-se na comparação anual e demonstrando a diversificação das opções dos consumidores para as compras deste ano.
De acordo com a faixa etária do consumidor, a pesquisa mostra que a preferência pelas lojas dos Shoppings tende a ser maior entre os consumidores com idade até 20 anos, que apresentaram 52,0% de indicação por esses locais, recuando para 37,9% entre aqueles com idade de 21 a 35 anos e chegando a 34,2% entre os consumidores com mais de 36 anos. No sentido contrário, a escolha pela Rua Grande é destacável entre as pessoas com mais de 36 anos, com 43,8% das intenções de compras, recuando para 34,3% entre as pessoas com idade de 21 a 35 anos e chegando a apenas 29,9% entre aqueles com até 20 anos.

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