Meio ambiente

Vamos cumprir metas do clima, diz Sarney Filho na Alemanha

Na Conferência do Clima da ONU, ontem, ministro do Meio Ambiente reforçou metas acordadas em Paris, sem o comprometimento do desenvolvimento econômico e com a abertura de novas oportunidades de negócio

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), fala na Conferência do Clima
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), fala na Conferência do Clima ( O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), fala na Conferência do Clima)

ALEMANHA - O ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho (PV-MA) disse ontem que o Brasil irá cumprir suas metas relacionadas à agenda de diminuição da temperatura do planeta, mas sem o comprometimento do desenvolvimento econômico e com a abertura de novas oportunidades de negócio.

Sarney Filho foi o segundo a discursar à tarde na COP 23, a conferência do Clima da Organização das Nações Unidas. Ele falou logo após Oppa Charm Muchinguru, ministra do Meio Ambiente do Zimbábue. A COP 23 ocorre desde o dia 6 de novembro, em Bonn, na Alemanha.

"Não vamos abrir mão da geração de emprego e da retomada do crescimento econômico", disse. "Em cada setor, temos ações específicas que abrem novas oportunidades de negócio", afirmou.

O ministro também citou ações para atingir as metas de desenvolvimento sustentável. No setor de energia, disse que o país vai ampliar os leilões para fomentar o uso de fontes de energia renováveis. Na agropecuária, o Brasil se comprometeu com a restauração de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2030.

Sarney Filho citou ainda o investimento do país em biocombustíveis e mencionou o RenovaBio, projeto de lei protocolado nesta quarta-feira (15) na Câmara Federal. O projeto possui meta de redução de poluentes e prevê taxas maiores de adição de etanol à gasolina e de biodiesel ao diesel.

O ministro citou esforços recentes com a redução do desmatamento. "No setor florestal, reduzimos as taxas de desmatamento", disse. "Nosso país teve algumas notícias muito relevantes nessa agenda, como a redução global do desmatamento em 28%, com redução de 60% na área mais crítica da Amazônia", afirmou.

Ambientalistas ouvidos pelo G1 no início do evento pontuaram que o governo iria citar a redução recente do desmatamento, mas sinalizaram que a redução veio após uma série de altas.

"O governo vai se valer da redução do desmatamento , mas isso vem depois de duas altas seguidas, sem falar na série de escândalos ambientais que colocam o país em posição constrangedora", disse Márcio Astrini, do Greenpeace. Astrini se refere à polêmica proposta da extinção de reserva ambiental na Amazônia para a exploração mineral.

Na COP 23, Sarney Filho pontuou, no entanto, que o governo atual reduziu o desmatamento após a situação "sair do controle".

Recuperação

Na Alemanha, o país também se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de floresta. Sarney Filho citou o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, decreto assinado em janeiro de 2017 que estabelece políticas para a recuperação das florestas e que estipula a meta nacional citada no discurso.

O ministro também citou o fomento de atividades econômicas em populações que vivem em regiões de proteção ambiental. "Vamos oferecer a populações que vivem na floresta alternativas de ações econômicas", disse.

Sarney Filho ressaltou ainda o compromisso do Brasil de reduzir em 37% os gases causadores do efeito estufa em 2025 e em 43% até 2030 -- metas estipuladas no Acordo de Paris.

O ministro também mencionou a necessidade de investimentos e de recursos financeiros para que as metas sejam alcançadas.

"Nossa extensa pauta de ações precisa de investimentos verdes, com oportunidades de mobilização de recursos de todas as fontes para criar o modelo de desenvolvimento que almejamos."

O Brasil também se colocou à disposição para sediar a COP 25, conferência do Clima da ONU que deve ocorrer em algum país latino-americano.

A ambição da COP 23

A conferência do clima da ONU deste ano é presidida pelas ilhas Fiji e tem por objetivo estabelecer metas mais ambiciosas para conter o aumento da temperatura do planeta.

Na quarta-feira,15, a chanceler alemã Angela Merkel também discursou no evento e afirmou que é preciso fazer mais para conter o aquecimento global. Ela disse que as metas acordadas em Paris, em 2015, conhecidas como Acordo de Paris, foram insuficientes.

Em Paris, 195 países se comprometeram a diminuir a emissão de gases do efeito estufa para que a temperatura do planeta não aumente mais que 2ºC em 2030. O compromisso também prevê que esforços sejam feitos para que esse aumento seja menor que 1,5ºC.

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