Sem uso

ETE do Bacanga é subutilizada e está em estado de abandono

De acordo com apuração feita por O Estado, apenas dois técnicos prestam expediente diário no local; governo aponta estrutura como responsável por assistir 295 mil pessoas

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
Estação de tratamento de esgoto é subutilizada no Bacanga
Estação de tratamento de esgoto é subutilizada no Bacanga (ETE Bacanga)

Entregue em julho de 2003 à população, a Estação de Tratamento de Esgoto do Bacanga (na Avenida dos Portugueses) segue sendo subutilizada e em estado visível de abandono. De acordo com o que apurou O Estado, apenas dois técnicos que seriam do quadro de funcionário da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) prestam expediente diário no local. Questionado, o governo não informou sobre a atual utilidade da estrutura.

Assim que foi inaugurada, a ETE do Bacanga era a primeira do país, à época, a ter a capacidade de desinfeccionar dejetos por meio da ozonização, uma tecnologia considerada moderna e que respeitaria as regras do meio ambiente. A unidade de tratamento foi a primeira a ser entregue - precedeu as estações do Jaracati e do Vinhais.

No dia 5 de fevereiro deste ano, o Governo do Estado publicou em seu site oficial que as estações do Bacanga e do Jaracati eram responsáveis pelo atendimento dos dejetos de aproximadamente 295 mil pessoas. Ainda de acordo com o governo, a ETE do Bacanga seria responsável por dar apoio à atual produção da estação de tratamento do Vinhais (na Via Expressa), que já foi alvo de denúncias de descarte irregular de resíduos em mananciais próximos e em áreas de mangue.

Em junho deste ano, a Caema encaminhou nota ao portal G1 Maranhão, em que admitia a subutilização da ETE do Bacanga. De acordo com o órgão, no “âmbito do programa Mais Saneamento” do governo, a estação passaria por processo de reabilitação e ampliação, o que elevaria de 4% para 70% o esgoto tratado na capital maranhense. À época, a Caema não informou prazos e valores destes serviços.

Ainda no ano passado, um estudo do Instituto Trata Brasil apontou, em um ranking de 100 cidades brasileiras, São Luís na 83ª posição com pior situação de saneamento básico. Segundo o estudo, menos da metade (45,5%) tem acesso à rede tratada de esgoto. Ainda de acordo com o levantamento, apenas 8,07% do esgoto produzido pela população era devidamente tratado.

Relembre
Em julho de 2010, o governo - por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) - informou que as estações do Jaracati e do Bacanga passariam por reparos, que incluiriam a rede coletora, a “substituição da bateria dos reatores” e das grades de decantação (método de separação de misturas heterogêneas).

Em março de 2015, a atual gestão do Governo do Estado informou - em publicação em seu site oficial - que a ETE do Bacanga seria incluída nas obras de incremento do Sistema Bacanga. De acordo com a Caema, a medida também elevaria o percentual de esgoto tratado na cidade.

TRECHO DA NOTA ENCAMINHADA AO G1 MARANHÃO COM REFERÊNCIA À ETE BACANGA

Já no âmbito do programa ‘Mais Saneamento’, a Caema tem a meta de elevar o percentual de esgoto tratado em São Luís de 4% para 70%, por meio da construção de 35 estações elevatórias de esgoto (EEE’s), duas grandes estações de tratamento de esgoto (ETE’s) no Anil e Vinhais – estando a ETE Vinhais entre as maiores no nordeste, reabilitação e ampliação das estações já existentes (Bacanga e Jaracati), além da instalação de 355 km de redes coletoras e interceptores, beneficiando diretamente os rios em questão.

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