Em ritmo lento

Governo descumpre prazo para conclusão de troca de adutora

Depois de vários prazos não cumpridos, a última informação dada pela Caema é de que os serviços seriam concluídos em junho deste ano; em nota, Caema afirma que obra será entregue em setembro

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Troca de adutora não foi feita ainda. Obra e arrasta.
Troca de adutora não foi feita ainda. Obra e arrasta. (Adutora)

Após dois meses do prazo estipulado pelo próprio Governo do Maranhão para entrega da adutora do Sistema Italuís - que abastecerá 60% da população da capital maranhense -, os serviços da nova tubulação ainda não têm data para término. Enquanto isso, a maioria dos bairros da cidade sofre com a irregularidade no fornecimento de água.

O Estado esteve na tarde de ontem, 23, no canteiro de obras da nova adutora, cujo foco está concentrado na troca da tubulação do trecho que passa por Estiva, no Km-23 da BR-135. No local, os trabalhadores seguem em ritmo ainda lento. Ao mesmo tempo, outros operários atuam na fixação dos novos canos. Em boa parte dos 19,3 quilômetros de nova adutora, a tubulação ainda não foi interligada.

Um dos pontos que ainda geram dúvidas na população sobre a adutora é se o fluxo de líquido transportado pela nova tubulação, assim que estiver em operação, será suportado pelos antigos canos que interligarão o Sistema Italuís a partir do Km-22, de acordo com técnicos ligados à obra. Até o momento, a Companhia de Saneamento Ambiental (Caema) não informou sobre como solucionará o problema, que, caso não seja sanado, poderá provocar novos rompimentos no canal de fornecimento de água para a população ludovicense.

As obras da adutora do Sistema Italuís começaram em novembro de 2012, quando foi assinada a ordem de serviço. Antes, em janeiro do mesmo ano, foi escolhido o consórcio de empresas que seria responsável pelos trabalhos. Após dois anos de serviços, a atual gestão do Governo do Estado recebeu os serviços com 90% de conclusão e com recursos da ordem de
R$ 106.889.593,60, sendo R$ 96.920.077,15 do Governo Federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e R$ 9.967.516,45, como contrapartida do Poder Executivo estadual, já garantidos.

Mesmo com as condições financeiras atendidas, a atual gestão estadual alegou que houve “incorreções” no projeto original de recuperação da adutora que precisavam ser resolvidas. Enquanto a obra não é entregue, os rompimentos da antiga tubulação persistem. O último caso aconteceu no dia 21 de abril deste ano. Na ocasião, boa parte dos bairros da cidade ficou sem água e precisou ser abastecida por reservas, como o Sistema Paciência, por exemplo.

Para evitar futuros rompimentos, o projeto original dos serviços previu a colocação dos canos acima do solo, evitando desta forma a corrosão da tubulação, já que o solo localizado no entorno da rodovia, onde fica situada a adutora, possui alta concentração de salitre. A nova adutora, de acordo com a equipe técnica da Caema, é composta por tubos de aço de 1.400 mm, o que deve permitir um incremento de um terço no volume de água dispensada.

Ponte
Para que a tubulação pudesse atravessar o rio no Estreito dos Mosquitos, uma ponte foi içada e incorporada ao projeto de troca da adutora. A ponte possui 350 toneladas de ferro e foi erguida em uma altura de 8,5 metros. No total, tem 110 metros de comprimento, 5 metros de largura e 16 metros de altura.

Em nota a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou que a obra foi recebida com erros de projetos, que precisaram ser corrigidos na Caixa Econômica, e todos os outros órgãos responsáveis. A Caema frisou que, após o mês de abril, quando houve o último rompimento, serviços precisaram ser refeitos. Houve ainda atrasos na liberação de aditivos. Por fim, ressaltou que a empreitada está seguindo o curso e será entregue ainda em setembro.

SAIBA MAIS

Valores

R$ 106.889.593,60 foram aplicados na troca da adutora do Sistema Italuís
R$ 96.920.077,15 foram oriundos do Governo Federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
R$ 9.967.516,45 foi a contrapartida do Governo do Estado do Maranhão para a troca da adutora

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