Saúde

Greve de agentes de controle de endemias leva riscos à saúde

Prestes a completar um mês, paralisação segue sem desfecho; trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho e salário; trabalho realizado pela categoria está comprometido

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36

Na próxima quinta-feira, dia 24, fará um mês de paralisação dos agentes de controle de endemias, que decidiram iniciar o manifesto para reivindicar melhores condições de salário e principalmente de trabalho. Com o manifesto, a saúde da população de São Luís está sendo a mais atingida.

Isso porque são os agentes de controles de endemias os responsáveis por fazer a visita nos domicílios para verificar focos endêmicos e ainda exercer a prevenção e controle de doenças, como dengue, malária, leptospirose, leishmaniose, esquistossomose, doença de Chagas, raiva humana, além de outras relacionadas com fatores ambientais de risco biológicos e não biológicos, como lixo em locais inapropriados, água acondicionada em depósitos, contaminantes ambientais, esgoto a céu aberto entre outras situações.

Outros trabalhos também ficam comprometidos com a paralisação como a utilização dos carros fumacê e as visitas em borracharias, ferros-velhos e cemitérios para eliminar focos de doenças. Apenas trabalhos administrativos estão sendo realizados.

Paralisação
Em greve desde o dia 24 de julho, os agentes de controle de endemias reclamam melhores condições trabalhistas e salariais. Eles alegam que estão atuando sem os equipamentos de proteção individual, como as máscaras, óculos, luvas e fardamento, situação essa que compromete o desenvolvimento das atividades. “Estão querendo que trabalhemos sem qualquer condição. Isso nós não vamos aceitar”, disse Jordel Sales Lima, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores de
Controle de Endemias do Estado do Maranhão (Sintracema).

Ele informou ainda a ausência dos materiais de trabalho causa riscos à saúde dos próprios trabalhadores uma vez os agentes de controles de endemias trabalham diretamente com venenos e outros produtos nocivos à saúde, caso sejam manipulados sem a devida proteção como máscaras e luvas.

Sobre as questões salariais, o líder sindicalista afirmou que os profissionais ganham em torno de R$ 1.300,00 e este ano ainda não foi feito o reajuste percentual desse valor. Soma-se ainda o vale transporte que está há quatro meses atrasado. “Ficou um descaso com a nossa situação. A verdade é essa”, desabafou o vice-presidente do sindicato.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou, em nota, que está dialogando com a categoria e tem atendido às demandas solicitadas como compra de EPIs, que serão entregues ainda nesta semana, e filtro solar. A Semus ressaltou que já quitou o 13º salário e já está regularizando o pagamento do vale-transporte. A secretaria comunicou ainda que também está adotando as providências para a substituição da insalubridade para periculosidade, com o reajuste de 20% para 30%.l


NÚMERO
674
é a quantidade de agentes de controle de endemias atuando em São Luís.

SAIBA MAIS

No início da paralisação, no dia 24 de julho, os agentes de controle de endemias realizaram uma manifestação no centro da cidade, saindo da Praça Maria Aragão em direção ao Palácio de La Ravardière, sede do executivo municipal. Hoje a categoria promete um novo ato, dessa vez saindo do Ceprama em direção à sede da prefeitura.

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