Sobrepeso

Diretrizes para diagnóstico de obesidade reunidos pela ANS

Objetivo é propor incentivo ao modelo de atenção à saúde ligada ao combate da doença; total de indivíduos com excesso de peso cresceu 12,5% em 2015

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Número de pessoas obesas cresceu 36% no país, segundo Ministério da Saúde
Número de pessoas obesas cresceu 36% no país, segundo Ministério da Saúde (obeso)

BRASÍLIA - A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está reunindo diretrizes e protocolos para facilitar o rastreio e a abordagem dos pacientes com obesidade nos serviços de saúde. A medida faz parte de uma série de melhorias e incentivos ao modelo de atenção à saúde relacionado ao combate à obesidade e sobrepeso entre beneficiários de planos de saúde. As ações estão sendo discutidas pelo Grupo Multidisciplinar para Enfrentamento da Obesidade na Saúde Suplementar, que trata do tema no âmbito da ANS.

Um das propostas do grupo foi a criação de um fluxograma para rastreio do excesso de peso e conduta. Também estão incluídas nessas diretrizes recomendações básicas para mudança do estilo de vida, com redução calórica – redução do consumo de alimentos ricos em açúcar, gordura e sal – e aumento da atividade física diária para 150 minutos/semana. O tratamento medicamentoso contemplará indicações e contraindicações. Já o cirúrgico é recomendado - com orientação sobre pré e pós-operatório, indicações contra- indicações e seguimento pós-cirúrgico, considerando realização de exames e suplementação nutricional.

Lembrando que no caso de intervenção cirúrgica é necessário seguir as diretrizes de utilização para a cirurgia bariátrica. As abordagens não recomendadas são esclarecimentos sobre tratamentos heterodoxos, como fitoterápicos, laxantes, hormônios, etc.

A Diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Karla Coelho, ressaltou a importância do enfrentamento da obesidade tanto para o setor público quanto para o setor privado. Segundo ela, “há a necessidade da colaboração de todos os setores, além do setor saúde, uma vez que a obesidade é uma doença crônica de caráter multifatorial”.

O grupo recomenda que o cálculo do IMC seja realizado para todos os pacientes que procuram assistência médica ambulatorial e hospitalar. A captação deste dado pelas operadoras de planos de saúde irá permitir o direcionamento para estratégias de prevenção e tratamento precoce (orientação para consulta com nutricionista, endocrinologista, fornecimento por meio digital ou impresso de informações relevantes sobre o tema) reduzindo morbimortalidade do indivíduo e de custos no sistema de saúde.

A gerente de Monitoramento Assistencial, Katia Audi, apresentou os objetivos do projeto, suas premissas, as parcerias da ANS, o panorama da saúde suplementar, as ações propostas para o desenvolvimento dos trabalhos do GT e a análise dos stakeholders: “O enfrentamento da obesidade pressupõe o envolvimento dos diversos atores que têm papeis específicos que precisam se complementar”, destacou.

Dados
Segundo dados da pesquisa Vigitel Brasil 2015, estudo realizado pelo Ministério da Saúde e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a proporção de indivíduos com excesso de peso cresceu 12,5% no período e a de obesos cresceu 36%. A pesquisa aponta que a proporção de beneficiários de planos de saúde com excesso de peso é de 52,3% (em 2008 eram 46,5%) e a de obesos é de 17% (em 2008 eram 12,5%).

São consideradas com excesso de peso pessoas com índice de massa corporal (IMC) igual ou acima de 25 e obesas as que possuem IMC igual ou acima de 30. O resultado é obtido pela divisão do peso do indivíduo pela altura ao quadrado.

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