Pequena redução

Queda no preço da gasolina deve dar alívio no IPCA

Redução do preço médio da gasolina nas refinarias não deve ser repassado integralmente ao consumidor, mas deve impactar no índice nacional

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Normalmente metade da queda é repassada para o varejo
Normalmente metade da queda é repassada para o varejo (gasolina)

SÃO PAULO - A redução de 5,9% no preço médio da gasolina nas refinarias provavelmente não será repassada integralmente para o consumidor, avalia a economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada Alessandra Ribeiro. Segundo ela, normalmente metade da queda é repassada para o varejo, o que, segundo seus cálculos, daria um alívio de 0,10 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "Supondo que mais ou menos metade desse recuo atinge o consumidor, ou seja, 2,8%, o efeito é de 0,10 ponto", diz.

A Petrobras ainda anunciou na sexta-feira, 30, a redução do preço médio nas refinarias do diesel, de 4,8%. Se o recuo for transferido totalmente para o varejo, a estatal estima queda de 2,7%, ou cerca de R$ 0,08 por litro, em média. Já o recuo de 5,9% da gasolina, se repassado na íntegra para o consumidor, o declínio estimado é de 2,4% ou R$ 0,09 por litro, em média. "Já quanto ao recuo do diesel, vai atingir os preços ao longo da cadeia", afirma, ao referir-se ao impacto que tende a ser mais diluído e afetar mais os índices gerais de preços (IGPs).

O anúncio da Petrobras foi feito no mesmo dia da divulgação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que mudou a bandeira tarifária de verde (sem cobrança extra) para amarela, que adiciona R$ 2 por quilowatt/hora na fatura de energia elétrica.

Segundo Alessandra, o efeito de queda da gasolina praticamente anula o impacto de alta da bandeira amarela, que pode chegar a 0,15 ponto porcentual. Contudo, a projeção para o IPCA de 2017 da Tendências prossegue em 3,6%. "Altera mais a projeção para o mês. A princípio não deve mudar à luz desses eventos. A estimativa para o dado do ano também depende de outras variáveis, como câmbio. Por enquanto, vamos manter a expectativa", explica.

Para o IPCA de junho, a Tendências aguarda deflação de 0,15% e inflação de 0,32% para o IPCA de julho.

Bandeira amarela

A nova redução dos preços da gasolina nas refinarias deve limitar, para os consumidores, o impacto da mudança de bandeira tarifária na energia elétrica, de verde para amarela, no IPCA de julho, segundo o economista da Rosenberg Associados, Leonardo França Costa.

Nas contas de França Costa, a queda da gasolina pode produzir alívio de 0,08 ponto porcentual no IPCA de julho. "Se o efeito for repassado integralmente, o que não tem acontecido", pondera. Em contrapartida, a mudança de bandeira na energia elétrica deve trazer pressão adicional altista de 0,14 ponto porcentual.

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