Sem acordo

Rodoviários voltam a discutir questão salarial nesta segunda-feira, 19

Categoria não está satisfeita com decisão, expedida pela Justiça do Trabalho, que determinou a elevação de 4,08% nos salários; greve não está descartada

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Paralisação no sistema de transporte ainda não está descartada
Paralisação no sistema de transporte ainda não está descartada (ônibus)

SÃO LUÍS - Mesmo com a decisão, expedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na terça-feira (13), em que foi determinado o reajuste de 4,08% nos salários dos motoristas e cobradores, o impasse entre rodoviários e empresários do setor de transporte continua. Para discutir o mérito da justiça trabalhista, representantes dos rodoviários se reunião nesta segunda-feira (19), na sede do sindicato da categoria (Rua Afonso Pena, Centro), a partir das 9h.

Na pauta, os trabalhadores darão um parecer sobre se acatam a elevação salarial determinada via dissídio pela justiça ou se cruzam os braços, a partir da próxima quinta-feira (22). Caso as atividades sejam suspensas, a direção do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários do Estado do Maranhão (Sttrema) confirmou a O Estado que pelo menos 60% da frota dos ônibus da capital maranhense circulariam normalmente, obedecendo inclusive a uma decisão da própria Justiça de Trabalho, que prevê o cumprimento da condição em caso de greve.

Várias tentativas de acordo entre empresários e rodoviários ocorreram, nas últimas semanas. Na quarta-feira (14), em audiência solicitada pela direção do Sttrema ao TRT, os empresários se comprometeram a repassar o reajuste determinado pela justiça, mesmo o percentual sendo acima do que foi proposto pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET) durante as negociações. Enquanto os donos das empresas alegavam que, por dificuldades financeiras, somente poderiam oferecer um aumento de 2%, os trabalhadores (com base na inflação anual no país), exigiam uma elevação de 13%.

Antes do desacordo entre as partes chegar ao mérito do TRT, pelo menos três audiências públicas foram realizadas na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT) e na Superintendência Regional do Trabalho, em São Luís. No último encontro, realizado no início deste mês, os empresários apresentaram argumentos para justificar a ausência de uma oferta maior de aumento nos salários. De acordo com o SET, sem o reajuste nas tarifas, não há como oferecer ganho maior aos motoristas e cobradores.

Na mesma reunião, a Prefeitura de São Luís sinalizou, pela primeira vez, com a possibilidade de oficializar, até o fim deste ano, um aumento no valor das passagens. De acordo com a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT), a revisão dos valores tarifários estaria prevista em um dos itens do edital de licitação do transporte, realizado ainda no ano passado pelo Município.

Relembre

Após a negociação dos salários dos trabalhadores no ano passado, os rodoviários cogitaram antecipar as conversas sobre o aumento nos vencimentos em 2017 para janeiro. No entanto, os próprios trabalhadores modificaram o prazo, alegando que não teriam argumentos suficientes para requerer uma elevação maior nos salários com base na inflação.

Em maio deste ano, ocorreram as primeiras reuniões entre empresários e rodoviários, até então sem qualquer envolvimento do TRT ou do Ministério Público. Sem consenso, as partes consentiram em levar o imbróglio até o conhecimento do Poder Judiciário.

Danos

Atualmente, estima-se uma frota de aproximadamente 1.100 veículos circulando pela cidade de São Luís realizando o transporte de passageiros. Caso apenas 60% deste total passe a rodar, a população teria disponível apenas 660 coletivos.

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