SÃO LUÍS- Ontem, quando foi comemorado o Dia do Trabalho, muitos profissionais não tiveram descanso em São Luís, principalmente quem trabalha nos chamados serviços essenciais e com atividades de lazer. Garçons, feirantes, profissionais de saúde, policiais militares, garis entre outros profissionais bateram ponto como toda segunda-feira pede, ainda que a de ontem tenha sido de feriado.

Há cinco anos, Luís Magno Silva Castro trabalha como garçom. E há cinco anos o Dia do Trabalhador para ele é de correria e não de folga. Ontem, mesmo com o clima nublado da manhã as praias de São Luís estavam cheias, o que foi ótimo para o garçom, que depende dos 10% de gorjeta para melhorar o salário. “Eu nem me importo de trabalhar no feriado ou no fim de semana. Em tempos de tanta gente desempregada eu agradeço a Deus por ter como me sustentar sem muita dificuldade”, afirmou.

E o garçom é ágil para não deixar os clientes esperando. Enquanto carrega a bandeja com a refeição pedida por uma família que aproveitou a folga no bar onde Luís Magno Silva Castro trabalha, com a outra mão ele já segurava uma garrafa de bebida pedida em outra mesa. “O cliente quer ser bem atendido e não esperar muito por um pedido. Se ele gosta do trabalho, a gente fideliza o cliente e as gorjetas melhoram”, explicou.

Quem também teve um dia de trabalho corrido foi o gari Raimundo da Conceição Costa. Há sete anos ele trabalha na limpeza urbana de São Luís, ele afirma saber da importância da sua profissão. “As pessoas reclamam muito quando a cidade fica suja, mas é graças ao nosso trabalho que todo mundo pode sair de casa e encontrar tudo limpo. Como a limpeza é um serviço que não pode parar a gente trabalha sábado, domingo, feriado e aproveita as folgas que tem para descansar”, afirmou.

As feiras da cidade também funcionaram normalmente. Quem trabalha no setor nem se lembra que o dia 1º de Maio é feriado. A feirante Rose Marques conta que acordou às 3h30 para deixar tudo pronto na barraca. “A gente tem que honrar o dia do trabalhador, trabalhar no dia do trabalhador”, brincou.

E, se tem quem saia de casa para ir à feira, a praia ou qualquer outro destino, é preciso que haja quem faça o transporte destas pessoas. Por isso, os rodoviários são outra categoria que não para por causa de um feriado. Ontem, os motoristas estavam fazendo as viagens normalmente. Poucos passageiros eram vistos nos coletivos e o trabalho foi menos estressante. “O trânsito está muito calmo. Se fosse assim todo dia, seria uma beleza”, comentou o motorista de ônibus Arnaldo Pereira.

Mais

Desde o fim do século XIX, nos Estados Unidos, no Brasil e em vários outros países ocidentais, o dia 1º de maio é tido como o Dia do Trabalho. Tal data foi escolhida em razão de uma onda de manifestações e conflitos violentos que se desencadeou a partir de uma greve geral. Essa greve paralisou os parques industriais da cidade de Chicago (EUA), no dia 1º de maio de 1886.

No caso específico do Brasil, a menção ao dia 1º de maio começou já na década de 1890, quando a República já estava instituída e começava um processo acentuado do desenvolvimento da indústria brasileira. Nas duas primeiras décadas do século XX, começaram a formar-se os movimentos de trabalhadores organizados, sobretudo em São Paulo e no Rio de janeiro.

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