Paralisação

Em apoio à greve geral, São Luís amanhece sem ônibus hoje

Os rodoviários decidiram, em assembleia, aderir à manifestação nacional e paralisar 100% da frota de coletivos nesta sexta-feira, com retorno das atividades previsto para as 16h; diversos outros trabalhadores paralisarão serviços

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Ônibus devem ficar nas garagens durante parte do dia de hoje, em adesão dos rodoviários à greve geral
Ônibus devem ficar nas garagens durante parte do dia de hoje, em adesão dos rodoviários à greve geral (Sem ônibus)

SÃO LUÍS - São Luís amanheceu sem ônibus nesta sexta-feira. Motoristas, cobradores e fiscais de ônibus da capital maranhense decidiram aderir à paralisação nacional de trabalhadores de várias categorias e, dessa forma, desde a meia-noite de hoje os coletivos não estão mais circulando. A previsão é de que os ônibus voltem a operar a partir das 16h.

A decisão de aderir ao manifesto nacional e paralisar 100% da frota de coletivos foi tomada na manhã de ontem, em reunião da categoria e representantes de diversas centrais sindicais que estão organizando a manifestação na capital maranhense, no Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (Sttrema), localizado no centro da cidade.

Sem frota
Os diretores do Sindicato dos Rodoviários vão para as portas das garagens das empresas de ônibus, já nas primeiras horas de hoje. As equipes conversarão e orientarão os trabalhadores sobre a importância de participar do manifesto.

Desde o início da semana havia a possibilidade da frota de coletivos da cidade não circular nesta sexta-feira, em adesão à paralisação nacional. A reunião que aconteceu na manhã de ontem foi para definir de que maneira seria a paralisação dos coletivos, que vai acontecer de 0h às 16h.

“Nós vamos aderir ao movimento nacional. Estamos lutando não apenas por uma classe, mas pelo direito de todos os trabalhadores. O importante é que toda a sociedade também participe dessa luta”, disse Isaias Castelo Branco, presidente do Sttrema. Questionado sobre a possibilidade de o sindicato ser multado pela paralisação total da frota, o presidente afirmou que é um risco que se deve correr.

O Estado entrou em contato com a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), gestora do sistema de transporte da capital maranhense, para buscar um posicionamento da paralisação dos rodoviários, mas até o fechamento desta página nenhuma resposta foi obtida.

Mobilizações
Serviços essenciais à população, como saúde e segurança pública, não serão afetados com a greve geral de hoje, com exceção do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que informou que vai aderir a greve e terá apenas 30% dos trabalhadores em atividade. Diversos outros trabalhadores vão aderir à paralisação nacional.

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Maranhão (SEEB-MA) informou que as agências bancárias não funcionarão nesta sexta-feira. O atendimento está restrito aos caixas eletrônicos.

Na capital maranhense, o principal ponto de encontro da manifestação será na Praça Deodoro, a partir de 8h. Também estão previstos protestos, com interdição de via, na Barragem do Bacanga e no
Km-0 da BR-135.

Outras categorias também farão atos públicos em diversos locais de São Luís. A principal revolta é contra as reformas trabalhistas e previdenciárias que estão sendo promovidas pelo Governo Federal, que, segundo os líderes dos movimentos paredistas, estão contribuindo para a retirada de direitos já conquistados pelos trabalhadores.

A manifestação está sendo organizadas pelas centrais sindicais, como Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), CSP Conlutas e Força Sindical. Essas entidades estão mobilizando os sindicatos e estes reunindo os trabalhadores para a participação no ato.

Além disso, professores da rede pública e privada, trabalhadores rurais, servidores municipais e federais, funcionários dos Correios, profissionais da saúde, operários da construção civil e diversas outras categorias paralisarão as atividades. Mais de 120 mil trabalhadores somente em São Luís devem aderir ao manifesto. Com isso, a rotina na capital deve ser alterada e estabelecimentos públicos e privados ficarão com o expediente comprometido.

Entidades empresariais não aderiram ao protesto

Entidades empresariais em São Luís afirmaram que não vão suspender as atividades por causa da manifestação nacional. Dessa forma, as lojas da Rua Grande, principal polo comercial da cidade, devem abrir as portas normalmente.

Em carta conjunta elaborada e divulgada ontem, a Associação Comercial do Maranhão (ACM), a Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís (CDL), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio) e a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) afirmaram que demonstram preocupação com o movimento de paralisação convocado para esta sexta-feira.

“Como instituições representativas dos setores produtivos maranhense, que reúnem milhares de empresas responsáveis pela geração de empregos e renda para a população do estado, respeitamos o legítimo direito de manifestação que todo e qualquer cidadão possui. No entanto, discordamos veementemente de mais uma paralisação das atividades produtivas após dois finais de semana prolongados por feriados e, principalmente, às vésperas de mais um feriado, o dia 1º Maio”, diz um trecho da nota.

Dessa forma, as entidades ressaltaram que as empresas do Maranhão não irão aderir à mobilização nacional. “Acreditamos que somente com trabalho é que poderemos recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento e do progresso”, pontuaram as entidades na nota conjunta.

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