Prejuízos

Cancelamento de voos no Maranhão mobiliza entidades

Foco era discutir o cancelamento de voos para o aeroporto de Imperatriz; reunião realizada pela Fiema buscou diálogo com as companhias aéreas, mas elas não compareceram; empresas como Vale, VLI e Suzano mostraram em números a demanda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
Presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Fiema e vice-presidente da entidade, José de Ribamar Barbosa Belo, reuniu-se com representantes de empresas e entidades para buscar soluções para o problema
Presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Fiema e vice-presidente da entidade, José de Ribamar Barbosa Belo, reuniu-se com representantes de empresas e entidades para buscar soluções para o problema (reunião fiema h)

SÃO LUÍS - A descontinuidade dos voos regulares com origem ou destino no Maranhão e o aumento dos preços das passagens aéreas foi o tema da terceira reunião do ano do Conselho Temático de Infraestrutura da Fiema (CTINFRA), dirigida pelo presidente do conselho e vice-presidente da entidade, José de Ribamar Barbosa Belo, que aconteceu na tarde da última segunda-feira, 24.

A pauta da reunião foi requerida pela Suzano Papel e Celulose, representada na reunião por Mauro Aquino, da Gerência de Relações Institucionais da Suzano, que demonstrou em uma tabela a diminuição da oferta de voos e a elevação da demanda de passageiros, principalmente no Aeroporto Prefeito Renato Cortez Moreira, de Imperatriz.

“A reunião foi decorrente dos cancelamentos dos voos por parte das companhias, o que tem prejudicado as indústrias, o agronegócio e todo o empresariado da região, além da parte turística. Temos uma demanda grande que continua efetiva e não sabemos os motivos dos cancelamentos, o que nos causa prejuízo, além de uma surpresa indesejada”, destacou Aquino.

Falta respeito

Para o vice-presidente da Fiema e presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão, José de Ribamar Barbosa Belo, a ausência das companhias aéreas na reunião demonstra uma falta de respeito com a Federação.

“A reunião foi proveitosíssima. Tivemos a Infraero, Vale, Suzano, VLI, Sinduscon, ABIH-MA, e vamos gerar frutos para minimizar essa ausência de voos para Imperatriz. As companhias dizem que há falta de passageiros, mas aqui ficou provado que passageiro tem. Falta uma regularização do aeroporto de Imperatriz, que motivou o encerramento das operações da Gol Linhas Aéreas e o respeito das companhias aéreas com a sociedade do Maranhão”, criticou Zeca Belo.

“Essa reunião com o apoio da Fiema, das demais entidades e da iniciativa privada nos fortalece para que tenhamos uma negociação mais forte com as companhias aéreas”, enfatizou Hugo Veiga, secretário adjunto de Cultura e Turismo do Governo do Estado.

Serviço essencial

O especialista na área de fomento de negócios da VLI Logística, Eduardo Caléia Junger, destacou que o uso do avião é fundamental. “Temos uma empresa que atua em vários estados e o pessoal da área técnica e administrativa circula muito. A redução e a retirada de voos de Imperatriz para Minas Gerais nos afetou bastante. A gente quer mostrar que existe uma demanda e que as operadoras possam retomar os voos ou que novas companhias assumam essas rotas”, destacou Caléia.

José Clementino, relações institucionais do Posto Norte da Vale, ressaltou a importância da reunião. “É muito importante ter a Fiema procurando defender as demandas da classe empresarial. A Vale tem uma demanda constante de voos aéreos em Imperatriz e demais partes do país e a gente precisa aperfeiçoar essas linhas e discutir questões que vão melhorar para toda a sociedade”, disse.

Problemas técnicos comprometem segurança

Em relação ao controle de tráfego aéreo, o aeroporto de Imperatriz possui problemas, como a falta de equipamentos que garantam pousos com segurança em dias de mau tempo, bem como há o comprometimento da visibilidade em razão das chuvas ou queimadas na época da estiagem. O desenvolvimento de procedimentos de aproximação do tipo R-NAV (GNSS) por parte do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) ajudaria a diminuir os índices de voos alternados em função da baixa visibilidade.

A pista do aeroporto de Imperatriz é limitada em sua dimensão, com apenas 1.798 metros de comprimento por 45 metros de largura, e os únicos procedimentos por instrumentos disponíveis são baseados por auxílios do tipo VOR e NDB, com altitudes mínimas de descida muito altas e trajetórias defasadas com o eixo da pista.

Uma das ideias das empresas presentes na reunião foi propor a compra antecipada das passagens, já que existe uma demanda, pode-se obter um preço mais amigável e se fazer uma contratação das passagens, com um quantitativo mínimo e máximo, por um período determinado. Outro encaminhamento da reunião foi o envio de um oficio ao Decea para verificar a necessidade de aquisição ou instalação de equipamentos de serviços de navegação aérea que viabilizam os voos em Imperatriz.

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