Sujeira

Praias impróprias para banho desanimam os banhistas em São Luís

Placas de balneabilidade indicam que o mar não está para o banho em diversos trechos em seis praias da Ilha; turistas ficam decepcionados

Evandro Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Foz do Rio Calhau impróprio para o banho
Foz do Rio Calhau impróprio para o banho

Desembarcar em São Luís e não poder sentir a refrescância das águas da baía de São Marcos é, no mínimo, frustrante para os turistas que visitam a capital maranhense, conhecida no Brasil e fora dele como uma das que têm um dos climas mais propícios à diversão litorânea. É que, ao longo da orla, placas informativas de balneabilidade indicam que há trechos impróprios para banho, o que desanima também quem mora na Ilha e aprecia o fim de semana na praia.

Ontem, turistas do Rio de Janeiro que caminhavam pela orla da Praia de São Marcos, na Avenida Litorânea, constataram a situação e deram nota zero. “É um absurdo você ter praias tão bonitas e não poder tomar banho. Nós tivemos um choque quando vimos isso e observamos também que em alguns trechos há muita poluição. Isto fora a falta de infraestrutura. É uma pena que isto seja assim, pois eles vendem outra imagem de São Luís lá fora. Ficamos decepcionadas, pois sabemos que São Luís é uma cidade histórica”, disse a carioca Edvânia Linhares, assistente social que estava acompanhada de um grupo de amigas.

A turista ficou ainda mais chocada quando viu a situação da Foz do Rio Calhau, um dos trechos mais preocupantes. Pela cor da água, dá para ver que dejetos são lançados diretamente ao mar. O problema decorre da expansão imobiliária naquela região da cidade e da falta de preocupação com o meio ambiente.

Para o empresário Roberto dos Santos, que caminhava no calçadão, as análises de balneabilidade não vêm sendo feitas com frequência pelo poder público. Além disso, as placas indicam determinados trechos, mas os banhistas ficam receosos de entrar no mar. “O mar não tem barreira separando um trecho do outro e é bem provável que essa contaminação seja geral, pois são muitos placas em diversos trechos”, disse o empresário.

Monitoramento
Pelo mais recente laudo técnico de monitoramento divulgado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, pelo menos 21 trechos foram identificados em seis praias da capital, todos impróprios para o banho. Os laudos, emitidos pelo Laboratório de Análises Ambientais da Secretaria, informam que as análises dizem respeito ao período compreendido entre os dias 26 de fevereiro a 26 de março.

As praias da Ponta d’Areia, Calhau, São Marcos, Araçagi, do Meio e Olho d’Água estão na lista e são as mais frequentadas pelos banhistas. De acordo com pessoas que trabalham na orla marítima, muitos banhistas não observam as placas e tomam banho mesmo assim. Foi o caso do motorista Aldir Júnior, que não sabia do problema.

“Eu não vi essa placa e me atirei no mar. Na verdade, faz muito tempo que não venho à praia e não imaginava que estavam proibidas para o banho”, disse. A estudante Letícia de Jesus contou que prefere não tomar banho de mar por causa da poluição.
Um dos trechos preocupantes também é na Foz do Rio Pimenta, na Praia do Calhau, onde a poluição chama a atenção. Segundo banhistas, o trecho era um dos mais belos daquele cenário, mas, aos poucos, foi sendo poluído e está totalmente comprometido. “Quando a maré está baixa, forma uma barreira de areia e a sujeira do rio não avança para o mar”, disse o vendedor Abdias Câmara. l

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