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Brandão usa influência do Palácio dos Leões e veta evento da JPSDB na Assembleia

Membros da Juventude do PSDB acusam o atual presidente estadual da legenda e vice-governador do Maranhão de haverem atuado para evitar a realização de um evento do partido na Assembleia Legislativa

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Carlos Brandão tenta impedir juventude de se mobilizar
Carlos Brandão tenta impedir juventude de se mobilizar (Carlos Brandão)

SÃO LUÍS - Membros da Juventude do PSDB acusam o atual presidente estadual da legenda e vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, além do secretário de Estado do Desenvolvimento Social, Neto Evangelista, de haverem atuado para evitar a realização de um evento do partido na Assembleia Legislativa.

Intitulado “Democracia Tucana – a juventude que a gente quer”, o encontro foi articulado pelos presidentes da Juventude do PSDB de Lago da Pedra, Marcos Morais, e Maxsuell Macedo, de São Mateus e aconteceria hoje no Plenarinho da AL, a pedido do deputado Edilázio Júnior (PV).

Na ocasião, os jovens tucanos devem declarar apoio ao ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira como novo presidente do partido no Maranhão e pedir que Samuel Jorge seja reconduzido à presidência da JPSDB – ele foi afastado enquanto apura-se denúncia de infidelidade partidária formulada por Brandão no início do ano.

A organização do ato, no entanto, foi surpreendida, na tarde de ontem, ao saber que o Plenarinho do Legislativo não poderia ser cedido em virtude de já estar reservado para um evento do deputado Eduardo Braide (PMN).

A O Estado, o parlamentar negou que tenha feito qualquer solicitação de reserva. “Não reservei o espaço e não tenho nenhum evento marcado para o local amanhã”, garantiu.

Já Samuel Jorge disse que o partido “tem se apequenado”.

“Lamentavelmente, os interesses por cargos e benesses se sobrepõem aos reais anseios da nossa juventude. Estão tentando nos enterrar vivos e colocar uma mordaça para nos calar. Não conseguirão”, disse.

Diante do impasse – e do aparente envolvimento do Palácio dos Leões na questão – os organizadores preferiram remarcar o evento para outro local: o Hotel St. Louis, na Avenida Ana Jansen, São Francisco.

Novo capítulo – O episódio envolvendo o veto ao uso da estrutura da Assembleia é mais um capítulo da disputa interna entre o Carlos Brandão e seu grupo e a ala ligada ao líder Samuel Jorge.

O jovem era o presidente da JPSDB até fevereiro deste ano, quando foi destituído por ato do vice-governador – que é também presidente estadual da sigla.

Um dia depois, a ex-prefeita de Lago da Pedra Maura Jorge (PTN), com apoio do deputado federal Aluísio Mendes (PTN), conseguiu reverter a decisão em Brasília.

Não satisfeito, uma semana depois Brandão protocolou denúncia de infidelidade partidária contra Samuel Jorge, o que motivou a abertura de processo disciplinar contra ele e seu consequente afastamento da presidência da JPSDB até o fim da apuração.

A nova investida provocou reação do líder da Juventude. Segundo ele, não há base para a denúncia de infidelidade, porque sua postura foi sempre de crítica não ao partido, mas à postura do PCdoB em relação à aliança formada em 2014.

“Eu, em momento algum, durante todo o período em que estive à frente da Juventude, falei um ‘ai’ do Brandão, um ‘ai’ do PSDB. A minha crítica sempre foi em relação à maneira como o PCdoB interfere na nossa forma de expandir o partido”, destacou.

Para Samuel Jorge, o PCdoB age como se houvesse “comprado” o PSDB no Maranhão e detivesse sua posse.

“O que eu defendi foi sempre que o partido deveria ter autonomia, que o governador deveria ter o PSDB como aliado. Ele não comprou o PSDB. A gente é aliado, da base do governo, mas ele não comprou nosso pensamento”, completou.

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