Cobranças

Rodoviários pagam peças quebradas em buracos

Denúncia é do sindicato da categoria, que vai ingressar com ação no Ministério Público do Trabalho para impedir cobranças indevidas; danos ocorrem por causa da falta de infraestrutura viária na cidade

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40

SÃO LUÍS - O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Maranhão (Sttrema) denuncia empresas de transporte coletivo de São Luís por cobrarem de funcionários os gastos com reposição de peças danificadas por causa da falta de infraestrutura viária na cidade. Segundo o sindicato, os valores cobrados variam de R$ 50,00 a R$ 3 mil. Por causa disso, o Sttrema vai ingressar com ação no Ministério Público do Trabalho (MPT).

De acordo com Isaias Castelo Branco, presidente do Sttrema, a cobrança desobedece a convenção coletiva de trabalho da categoria. “Segundo a nossa convenção, esse tipo de cobrança só poderia ocorrer após perícia técnica que comprovasse esse dano por causa do fator humano, mas essas cobranças estão ocorrendo sem essa investigação prévia”, afirma.

Isaias Castelo Branco destaca ainda que os trabalhadores não podem ser penalizados por causa da buraqueira das ruas e avenidas de muitos bairros da capital. “Os carros andam lotados e ficam mais pesados e muitas vezes não há como não cair nos buracos da cidade. O rodoviário não tem como evitar o dano”, frisa. Ele ressalta que muitos ônibus que quebram são veículos que já estão rodando há vários anos e com a vida útil de suas peças comprometidas.

A cobrança se intensificou após a licitação do Sistema de Transporte Coletivo de São Luís. Com a licitação, novos ônibus foram colocados na frota operante da capital, mas em muitos bairros os carros utilizados são os que já estavam em uso e, consequentemente, estão com a vida útil comprometida pelo uso e pelos problemas da malha viária da capital.

Por isso, segundo Isaias Castelo Branco, esse tipo de situação ocorre principalmente com os trabalhadores de linhas que atendem à zona rural, como São Raimundo e Tibiri, e bairros mais periféricos, como a Cidade Olímpica, onde a frota operante é mais velha e a infraestrutura das vias, mais precária. “As empresas do Consórcio Upaon-Açu são as que cobram mais frequentemente dos trabalhadores. O Ministério Público do Trabalho já foi informado. E já estamos com denúncia pronta para ser oficiada, detalhando todos os danos causados pelas empresas aos trabalhadores”, informa.

A O Estado, o superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), Luís Cláudio Siqueira, informou que, em situações como essas, é feita uma avaliação para analisar as circunstâncias do ocorrido. “Nesses casos, as empresas são orientadas a abrir um processo administrativo e se for comprovado que ele [o motorista] não agiu com o devido cuidado ou com imperícia, ele é responsabilizado”, disse.

SAIBA MAIS

Não são apenas os rodoviários que trafegam pelas ruas da zona rural que sofrem com a buraqueira. No centro de São Luís, buracos comprometem o tráfego. É o caso da Avenida Gomes de Castro, na Praça Deodoro. Os condutores quase não têm como desviar dos buracos que ficam próximos ao ponto de ônibus na lateral da Biblioteca Benedito Leite.

Número

168 linhas de ônibus compõem o Sistema de Transporte Coletivo de São Luís

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